O cantor Carlinhos Brown não gostou da inversão na ordem do Arrastão da Quarta de Cinzas e reclamou de desrespeito na tradição. O trio de Bell Marques foi o primeiro a sair, embora tradicionalmente o do Cacique seja o abre o desfile que marca o encerramento do Carnaval de Salvador. Léo Santana também desfilou antes. Brown pediu mais atenção do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do prefeito Bruno Reis (União Brasil).
“Tudo bem que Bell é meu amor, respeito, fui lá cantar com ele. Mas tradicionalmente a gente abre o Arrastão. A ordem foi invertida. Disse que o governador que pediu, o prefeito também. Mas eles precisam respeitar a tradição. Bell não tem nada a ver com isso. O governador, que está chegando agora, e o prefeito, precisam respeitar um pouquinho as questões tradicionais”, disse o fundador da Timbalada, falando com a TV Bahia de cima do trio.
Brown lembrou do surgimento do Arrastão. “Apanhei tanto pra inventar isso aqui. Muito. Dom Lucas (Moreira Neves, ex-arcebispo de Salvador). Os próprios prefeitos que botavam a polícia pra empurrar a gente. Aí venho com esses meninos tudo de favela… Assim não da pra manter as coisas por aqui”, criticou.
O artista ainda falou que é preciso ter mais “coesão” na folia. “A gente ta homenageando Moraes Moreira agora, mas ele foi massacrado no Carnaval da Bahia. Por um dirigismo errôneo, a gente não precisa ser isso. Precisa ter gana de coesão, aproximação social”, disse.
No chão, Brown conversou com o prefeito Bruno Reis e elogiou o trabalho dele na folia, mas reafirmou que tradições devem ser respeitadas. “Como sai um arrastão sem rezar?”, questionou. “Toda sua competência, respeito que tenho pelo senhor, pelo trabalho que o senhor está fazendo, nossa tradições precisam ser respeitadas. Sei que pode ter saído um pouquinho do equilíbrio, mas a gente conta com o senhor o ano inteiro. O trabalho que foi feito na recuperação do Centro, isso sim é um trabalho cultural bem feito”, considerou. (mais…)