O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na tarde desta terça-feira (16) à Polícia Federal, em Brasília, no âmbito da investigação sobre fraude em carteiras de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. Ele chegou à sede da PF por volta das 13h30, e, segundo pessoas do entorno do ex-presidente, o depoimento durou cerca de três horas. Esta é a terceira vez que ele presta esclarecimentos às autoridades policiais neste ano. A primeira oitiva foi em 5 de abril, a respeito do caso das joias recebidas de autoridades da Arábia Saudita, e a segunda em 26 de abril, sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro.
No início de maio, no âmbito da apuração sobre os cartões de vacina, a PF realizou operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília e prendeu três dos seus principais auxiliares: Mauro Cid, Max Guilherme e Sergio Cordeiro. O ex-ajudante de ordens Cid, apesar de não integrar oficialmente a equipe de assessores a que Bolsonaro tem direito como ex-presidente, é considerado o braço direito dele por sua fidelidade e proximidade.
Na semana passada, o advogado Rodrigo Roca deixou a defesa de Cid e foi substituído por Bernardo Fenelon, que tem publicações sobre delação premiada. Ainda assim aliados de Bolsonaro demonstram confiança de que Cid não fará colaboração. A expectativa é que ele admita culpa no esquema de inserção de dados fraudulentos sobre vacinação.
De acordo com a Polícia Federal, os alvos da investigação são suspeitos de realizar inserções de informações falsas no sistema da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O objetivo era que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos. Na segunda-feira (15), desembarcaram em Brasília dois advogados de Bolsonaro, Daniel Tesser e Paulo Cunha Bueno, acompanhados pelo ex-chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) Fábio Wajngarten. Eles atuaram na preparação de Bolsonaro para o depoimento e devem acompanhá-lo no encontro com os investigadores da PF. (mais…)