O vulcão Calbuco, que entrou em erupção nesta quarta-feira (22) no Chile e expeliu uma potente coluna de cinzas de vários quilômetros de altura, o que não acontecia há quase 50 anos, continuava em atividade nesta quinta-feira (23), causando o cancelamento de voos de cidades próximas tanto no Chile quanto na Argentina.
O vulcão está localizado na turística região dos Lagos, 900 quilômetros ao sul de Santiago, e sua atividade ocorre no mesmo momento em que outro vulcão no país, o Villarica, também está em fase de erupção. O governo chileno decretou estado de exceção em cidades próximas, o que significa que as Forças Armadas assumiram o controle nestas localidades, disse o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.
Quase meia hora depois do início da atividade, uma coluna de 10 quilômetros de altura havia se transformado num verdadeiro cogumelo gigante em direção ao leste. O Calbuco teve sua última grande erupção em 1961.
Até esta quinta, mais de 4 mil pessoas foram evacuadas das áreas próximas ao vulcão, e as autoridades focam seus esforços na cidade de Ensenada, que fica a 15 km de distância. Um montanhista que estava perto do topo quando ocorreu a erupção está desaparecido.
Voos foram cancelados nas cidades de Puerto Montt, no Chile, e em Bariloche, na Argentina, visto que as cinzas podem danificar as aeronaves. As aulas nas escolas locais foram suspensas.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, irá nesta quinta-feira junto com vários ministros para a região de Los Lagos (sul), onde ocorreu a erupção.
Turistas
A área recebe muitos turistas de todo o mundo graças seus lagos, rios e abundante vegetação, cercada por vulcões.
“As pessoas tinham mais expectativa que temor e se aproximaram das margens do lago Llanquihue, onde fizeram fotografias”, disse à AFP Álvaro Ascencio, que mora na região. “Eu vim como turista ao Chile para passa três meses, mas não esperava isto. A erupção foi incrível. Minhas férias estão pagas com o espetáculo do Calbuco”, disse Cody Fritz, um turista americano de 30 anos. Em Puerto Varas, o comércio e as outras atividades estavam relativamente normais nesta quinta-feira, mas com todos de olho no vulcão, que fica a 40 km de distancia.
Reprodução do Globo