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Vivendo a Copa do Mundo

Vivendo a...

Ainda que muitos achem que ser voluntário da Copa é coisa para burros, palhaços e outros adjetivos desagradáveis, vou dizer que não vou discordar dessas opiniões. Afinal, a FIFA com tanto dinheiro poderia contratar pessoas para trabalhar. Concordo. Mas não é assim que funciona. Uma pena.
Bem. Resolvi tirar proveito dessa situação. 


Lembro-me que um primo meu disse que quando tivesse uma Copa do Mundo no Brasil, nós íamos assistir, pelo menos em Salvador. A Copa veio para o Brasil mas infelizmente meu primo faleceu e não pôde desfrutar disso. Restou a mim realizar essa meta, por mim e por ele. Quando comecei a ouvir que o valor do ingresso seria alto, pensei em como fazer para assistir aos jogos… Uma solução seria sendo voluntário, pois além de assistir de graça, ainda poderia participar dela, interagindo com pessoas de vários locais do mundo. Então quando começou o processo de recrutamento, inscrevi-me para ver no que dava. Fui cumprindo etapa por etapa de treinamento e deu certo! Fui selecionado (se bem que a impressão é que todo mundo que se inscreveu, foi) e hoje estou aqui.


À parte a opinião de que ser voluntário é coisa para idiotas, resolvi tirar proveito dessa situação como disse antes. E não é que valeu à pena? Para começar recebemos um kit de uniforme muito bonito composto por mochila, tênis, calça, duas camisas, um casaco, três pares de meia tudo da Adidas, coisa que nas lojas custariam um pouco mais de R$ 200,00. Também temos almoço, jantar, merenda, refrigerante, água e passagens para metrô e ônibus.


Mesmo assim, tudo isso poderia ser supérfluo, afinal são coisas materiais.
Porém ter a oportunidade de ver os melhores jogadores do mundo ali, a alguns metros, como Reubben, Xavi Alonso, Piqué e tantos outros jogando um bolão é de uma emoção indescritível. Vou ver o português Cristiano Ronaldo, o atual melhor jogador do mundo. Mas isso também seria possível se pagando o ingresso. Em um tempo que tudo que você recebe não dá para pagar 100% das despesas, não sei se entraria na minha lista de prioridades, mas tudo bem, pagava-se.


Mas sem dúvida nenhuma, interagir com os torcedores, ver a satisfação deles, sentir a alegria quando você os ajuda ou quando eles brincam com você, quando eles pedem para tirar fotos com você etc. são coisas que o dinheiro não pode comprar.


Estou realizando o sonho de meu primo e meu e fazendo parte da história da Copa no Brasil. Provavelmente, não devo ver a próxima Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Daqui a 50 anos quando alguém perguntar a vocês onde estavam quando a copa foi Brasil, muitos vão responder: “Estava em casa, vendo o jogo pela TV. Acho…”. Bem, eu vou responder: “Estava no estádio. Vi grandes jogadores. Vi o melhor jogador do mundo na época (o português Cristiano Ronaldo). Conversei com torcedores. Ajudei a fazer a copa. E chamaram-me de burro por isso. Acho…”


Então, para terminar, não vou discordar de quem me chamar de burro, otário ou palhaço da Copa, mas a sensação que eu estou tendo é que estou usando mais a FIFA do que ela me usando.