Nesta semana, o Brasil voltou a acompanhar mais uma chacina durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ação policial aconteceu na Vila Cruzeiro, na zona norte da cidade, e terminou com a morte de 23 pessoas. Anteriormente, a Polícia Civil tinha apontado 26 mortes, mas reduziu para 23. A corporação ainda afirmou que entre os mortos, todos eram criminosos, menos uma dona de casa atingida por bala perdida. No entanto, segundo pesquisa feita pelo Estadão, onze das 23 vítimas não respondiam a processos criminais. Dos doze que eram ou já foram processados na esfera penal, nove eram acusados de crimes no Estado do Rio. Dois respondiam a processos criminais no Pará. Um era processado no Amazonas.
De acordo com a polícia, os 22 mortos foram atingidos durante confronto na ação da última terça-feira, 23. No entanto, Leonardo dos Santos Mendonça, Emerson Stelman da Silva, Carlos Henrique Pacheco da Silva, Douglas Costa Donato, João Carlos Arruda Ferreira, Ricardo José Cruz Zacarias Junior, Nathan Werneck Borges Lopes, Everton Nunes Pires, João Victor Moraes da Rocha e Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro não respondiam a processos criminais.
O Estadão ainda apontou que durante a pesquisa foi usado refinamento na tentativa de excluir homônimos. No entanto, ainda é possível que tenham sido encontradas pessoas com nome idêntico às vítimas, o que aumentaria o número de mortos sem processos criminais na Justiça do Rio.
A operação foi feita pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF) na Vila Cruzeiro, no conjunto de favelas da Penha. A direção do Hospital Getúlio Vargas informou que 28 pessoas foram encaminhadas à unidade. Do total, 21 chegaram mortas e duas morreram após atendimento.
A cabeleleira Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida, dentro de casa, na comunidade da Chatuba, vizinha a Vila Cruzeiro.