A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), era ativista dos direitos humanos e que denunciava abusos em ações da polícia em favelas locais, foi morta a tiros na noite de quarta-feira (14), na zona norte da cidade, mesmo com o Estado sob intervenção federal na área de segurança pública. Marielle, de 38 anos e criada na favela da Maré, foi alvejada dentro do carro em que estava com outras duas pessoas por atiradores que estavam em outro carro. O motorista do veículo da parlamentar também morreu, e uma assessora da vereadora ficou ferida.
O caso ocorreu no bairro do Estácio e o autor dos disparos fugiu. A motivação do crime está sendo investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio. “A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!”, disse o PSOL em nota. Um dia antes de morrer, a vereadora escreveu no Twitter mensagem com crítica à violência. “Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”.
O assassinato de Marielle ocorreu apesar de o Estado do Rio estar sob intervenção federal na área de segurança pública desde o mês passado devido a uma escalada da violência e a uma profunda crise financeira que afetou a capacidade de investimento nas forças policiais. O governo federal informou, por meio de nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, que acompanhará toda a apuração do assassinato da vereadora, e que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda investigação. A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional cobrou uma “investigação imediata e rigorosa” do caso. “Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial. Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco”.