O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse nesta 3ª feira (29.jan.2019) que eliminará 10 barragens a montante–a de Brumadinho e outras 9 do Estado de Minas Gerais. O processo durará, de acordo com ele, de 1 a 3 anos. Com o fechamento, a empresa parará de produzir 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. “A Vale produz 400 milhões de toneladas [de minério de ferro] por ano. Isso representa 10% da produção”, disse Schvartsman.
Elas passarão por 1 processo de “descomissionamento”. De acordo com a Vale, isso significa que serão “esvaziadas ou integradas ao meio ambiente”. O custo será de R$ 5 bilhões. As declarações foram dadas em entrevista à imprensa no Ministério de Minas e Energia, após reunião com o titular da pasta, almirante Bento Albuquerque. De acordo com Schvartsman, a empresa chegou “com o plano pronto e apresentou ao governo”.
As barragens a ser fechadas são aquelas em que o depósito de rejeitos é feito em camadas, num vale. Elas vão sendo elevadas como se fossem degraus na medida em que o volume de rejeitos aumenta. Em entrevista à GloboNews na 2ª feira (28.jan), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que as mineradoras deveriam parar de usar esse tipo de estrutura.
Segundo Schvartzman, há laudos de auditorias recentes que atestam “a perfeita estabilidade” de todas as estruturas. “Resolvemos não aceitar apenas esses laudos e decidimos agir de outra maneira”, afirmou. A Vale tinha 19 barragens do tipo em 2015, quando ocorreu o desastre em Mariana (MG). “Já desapareceram 9 desde 2015”, disse o presidente da empresa.
Fabio Schvartsman anunciou que 5.000 funcionários –entre próprios e terceiros– atuantes nas estruturas que deixarão de existir serão incorporados aos quadros da empresa em outros locais. A Defesa Civil anunciou nesta 3ª feira que subiu para 84 o número de mortes por conta do rompimento da barragem do Córrego da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). Há 276 desaparecidos.