Na busca pela conscientização dos trabalhadores e trabalhadoras sobre a necessidade de lutar contra a reforma e pressionar os deputados e senadores a votarem contra ela no Congresso Nacional, além de desmascarar a mentira da propaganda oficial do governo Michel Temer sobre a reforma, o Sindicato dos Bancários de Jequié e Região realizou em seu auditório na noite desta quinta-feira, 16 de fevereiro, um debate sobre a PEC 287 – Reforma da Previdência, com a participação da advogada Jurema Cintra Barreto, atuante da esfera do Direito Previdenciário e Direitos Humanos com mais de 10 anos de experiência.
O evento foi é aberto ao público, e contou com a presença de sindicalistas, advogados, estudantes e outro segmentos da sociedade. No ato da inscrição os participantes doaram materiais de higiene pessoal, que serão doados a Fundação Leur Brito.
De acordo com a advogada Jurema Cintra, o Governo Michel Temer usa argumentos falsos, como o estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado que apontou o aumento da expectativa de vida em cinco anos. “Isso aconteceu em todo o mundo. Mas no Brasil não aconteceu o aumento da expectativa de emprego. Vai acontecer o seguinte: muita gente vai conseguir trabalho até os 55, 60 anos e faltado pouco para aposentar, perde emprego e não consegue mais colocação, impossibilitando o pagamento das contribuições. Hoje temos milhares de jovens desempregados. Com os idosos nas ocupações, faltarão ainda mais vagas”, criticou.
Ainda em sua explanação, a advogada destaca que será um massacre à previdência enquanto instituição e aos trabalhadores e trabalhadores. “As mulheres terão grande dificuldade de acesso aos benefícios por conta da expectativa de vida média, as nordestinas praticamente não conseguirão. As trabalhadoras rurais serão ainda mais penalizadas e os idosos receberão o benefício assistência praticamente na hora da morte”, pontuou Jurema Cintra.
Para o presidente do Sindicato, Marcel Cardim, esse é um momento de compreender os ataques que estão sendo orquestrados pelo governo de Michel Temer. “O Brasil está vivendo essa crise econômica. Precisa fazer algo sobre essa situação da previdência, mas não pode vir a prejudicar os brasileiros e brasileiras. Outros momentos como esse iremos proporcionar para conscientizar a todos e todas da necessidade da luta contra a retirada de direitos”, apontou.
O diretor jurídico do Sindicato e coordenador regional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Celso Argolo, avaliou o debate como positivo. Segundo o dirigente a reforma da previdência ataca direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. “A proposta do presidente sem voto desmonta o sistema e sabota um direito consagrado na Constituição Federal. Uma reforma que estabelece idade mínima de 65 anos, podendo chegar a 70 anos, para homens e mulheres, e que desvincula o reajuste, acima da inflação, das aposentadorias e pensões do aumento do salário mínimo, ação que impactará em mais de 70% dos beneficiados, mostra que o compromisso de Temer não é com a nação, mas sim com os setores que se beneficiarão deste desmonte, o setor financeiro”, explicou.
Assessoria de Imprensa
Sindicato dos Bancários de Jequié e Região