Para o ex-aliado de ACM Neto (União Brasil) e ex-deputado federal José Carlos Aleluia as pesquisas iniciais que mostram o ex-prefeito de Salvador como o mais bem cotado para assumir o Palácio de Ondina após as eleições deste ano não devem permanecer por muito tempo. “Na Bahia as pessoas ficaram cegas com as pesquisas preliminares. O único candidato que estava aparecendo era ACM Neto. João Roma estava exercendo seu trabalho no Ministério da Cidadania e Jerônimo Rodrigues era o secretário de Educação. Ninguém estava em campanha, só Neto. Então as pessoas achavam que ele era o candidato único”, avaliou Aleluia.
De acordo com o ex-deputado, Neto, ao não ter sua candidatura atrelada a algum dos nomes importantes da disputa eleitoral deste ano, do presidente Jair Bolsonaro (PL) ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dificilmente irá para o segundo turno nas eleições de outubro.
Para ele, com a definição de João Roma (PL) como candidato de Bolsonaro e Jerônimo Rodrigues (PT) como o candidato de Lula, as pessoas já conseguem identificar a ligação dessas candidaturas com o apoio de dois grandes nomes nacionais. As raízes para essa análise, de acordo com o ex-deputado, estão na história recente das eleições baianas, que estiveram sempre atreladas às disputas nacionais.
“Desde a redemocratização foi assim. Com Nilo isso aconteceu, depois com ACM foi a mesma coisa e com Paulo Souto e César Borges. Em 2002, ACM só conseguiu eleger Paulo Souto porque se comprometeu a apoiar Lula no segundo turno”, apontou.
Em 2006, mesmo com uma avaliação positiva do governo, Paulo Souto perdeu para Jaques Wagner (PT) ainda no primeiro turno. Isso aconteceu justamente porque Wagner era o candidato de Lula, segundo o ex-deputado. O que, de acordo com ele, também aconteceu nas eleições seguintes de 2010, 2014 e 2018. “Em 2022, no âmbito nacional Neto está isolado. Por isso, a tendência é que nos próximos dois meses, ele caia e Roma e Jerônimo vão crescer naturalmente”.