O Vereador Ezequiel Borges (PRB), que foi reeleito Presidente da Câmara Municipal de Itiruçu em sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (27), disse após término da sessão, durante uma coletiva de imprensa na plenária da casa, que sua reeleição é o resultado de ter confiado no seu trabalho, apesar de ‘tentarem’ articular para impedirem um segundo mandato seu na casa. No primeiro questionamento proposto durante a coletiva, o presidente foi indagado sobre ter sido, na sessão, reeleito presidente com a ausência de quatro vereadores que, abertamente, dizem não mais concordar com a continuidade de Ezequiel presidente. [-“O processo político ele é muito democrático, ele têm as pessoas que opinam a favor de algo e outras que opinam contra e, até as que opinam contra, não é porque são contra as pessoas. A gente tem que tirar esse chip de que a ideia é com a pessoa, são pessoas que não acreditam naquilo que você vem gerindo. Eu tive a alegria de conta com os votos daqueles que acreditaram naquilo que venho fazendo. Os demais continuam sendo nossos pares, aqui, na Câmara, a gente é uma família. Fui muito pontual ao dizer no discurso que a partir desse momento a eleição terminou e somos Câmara de vereadores de Itiruçu. O processo eleitoral acaba criando estereótipos que as vezes parecem ser pessoais, mas quero dizer que, em nenhum momento nada pessoal foi elevado para que nós trabalhássemos e apresentássemos o nosso projeto e entendêssemos que conseguíamos fazer um bom trabalho. A todo tempo foi muito bem respeitado àquilo que eu acreditava está fazendo corretamente e que poderia levar por mais dois anos’. Disse Ezequiel-]
O processo de eleição para renovação da mesa diretora na Câmara em Itiruçu sempre foi decidido nos últimos minutos. Ao longo da historia legislativa houveram momentos marcantes de viradas em votações que se esperavam um resultado e no último minuto aparecia outro. Com a aprovação do novo regimento interno, feito na última gestão da casa, a votação passou a ser de voto aberto, sendo as chapas entregues não mais horas antes da sessão, mas no prazo de 24h que antecede o pleito. A figura do gestor municipal sempre apareceu em destaque nas articulações. Questionado sobre a participação da atual prefeita, a média Lorenna Di Gregorio, Ezequiel disse ter ficado chateado em ter procurado a prefeita pedido ajuda, mas por haver outros interessados da base aliada pleiteando a cadeira de presidente, a alcaide preferiu demitir-se das articulações e deixar que ambos os aliados fossem ao tabuleiro do jogo. [-“Acredito que todos possuem problemas com suas famílias, ela é nosso sangue, é nossa família e se existem problemas administráveis que envolvem família, na câmara de vereadores não é diferente. Quero até corrigir essa palavra ‘problema’ e dizer que existem diferenças de opiniões e, aqui, existem diferentes, inclusive, de pares meus que se manifestaram a pleitear a vaga de presidente, o que não veio acontecer. Quando procurei a prefeita Lorenna, quero até dizer em primeira mão a vocês, que mim chateei, porque eu queria um envolvimento da prefeita, pois além de uma relação de amizade, nós temos uma relação política, só que a prefeita se encontrou num beco sem saída exatamente pelo fato de as pessoas que se manifestaram para concorrer a presidência eram da base aliada dela, então, ela foi muito sabia em não se manifestar. Num primeiro momento, como homem e como humano, eu mim chateei , pois disse a ela: eu preciso de sua ajuda agora. Tenho de entender que todos politicamente somos iguais e, de fato, minha relação interpessoal com ela {prefeita} não poderia interferir neste momento. Fui à casa de cada um deles {vereadores}, tomei café na mesa, literalmente na casa de cada um deles, inclusive, apenas duas pessoas que compõe a nossa Câmara eu não tive a oportunidade de sentar na mesa, os demais fui sim: sentei na mesa de todos para apresentar o meu projeto para aquilo que eu espera e queria. Eles têm opiniões diferentes, tenho que respeitar o contraditório. Eu seria muito ditador se achasse que todos teriam que votar comigo”, – declarou].
Ezequiel não escondeu o incomodo ao ser criticado por posições do ex-prefeito Aílton Cezarino sobre pautas na Câmara de vereadores ao longo de seu mandato, o que levou a ‘pegar ar’ algumas vezes com declarações nas ruas da cidade por meio de carro de som, nas redes sociais e na própria tribuna da Câmara. E a rusga parece que não vai parar por tão logo. Tanto que durante o discurso de agradecimento pela reeleição voltou a dedicar tempo e alfineta Cezarino, o qual classifica na figura do ex. Questionado se o discurso com o termo ex-prefeito teria sido direcionado ao ex-prefeito, Ezequiel afirmou que sua fala foi direcionada exclusivamente ao ex-prefeito, de quem foi aliado de primeira hora quando prefeito. [-“De Público o ex-prefeito que se manifestou foi Aílton Cezarino, de maneira muito enfática. A Minha fala foi direcionada a ele, pois as manifestações públicas que, inclusive, inúmeras delas me atingiram de maneira até pessoal quando ele dizia que a Câmara não está sendo bem gerida pelo presidente da Câmara, que sou eu, então, eu não sou bom? Como tenho um histórico muito grande em Itiruçu, nasci e me criei aqui, conheço de perto as administrações de todos eles. ‘Pô Ezequiel, você está cuspindo no prato que comeu?’ Não, eu estou tendo amor próprio e defendendo o meu trabalho, porque a partir do momento que eu não fizer isso, passarei acreditar naquilo que pessoas como ‘àquele ex’ estava se manifestando. Minha manifestação foi para deixar claro que acredito em me e nos meus ideais, naquilo que posso fazer. O que vem dele é só uma opinião”,-disse Ezequiel].
Questionado sobre a renúncia dos vereadores Jó de Jú e Nino Mota, que alegaram problemas pessoas para abdicarem dos cargos de vice-presidente e 1º secretário, se no momento em que os dois colegas renunciaram, havia já uma desconfiança que poderia surgir uma nova chapa para concorrer à presidência da Casa, Ezequiel disse ter acreditado no que assinaram em documento entregue como justificativas de problemas pessoas e particulares. [-“Darei uma resposta com base no que eu ‘ouvir falar’, como vocês dizem no jornalismo: segundo informações. E segundo informações, o vereador Nino e o vereador Jó, que foram os que se abstiveram de seus cargos, deixaram claro em seus documentos que foram entregues a esta casa, justificando suas decisões com base em questões pessoais e particulares, entregando os cargos e, dai, eu iria de encontro com a ideia pessoal e particular que ambos tinham de ocupar a cadeira de presidente. No momento só tinha duas coisas a fazer: mim tranquilizar e achar que estava tudo muito bom; ou ir para o embate em busca dos meus votos e daquilo que acreditava como ideal. A eleição não estava prevista para acontecer. Nós fizemos uma mudança na Lei, porque eu entendo que, se a Lei pode ser mudada para que a eleição fosse chamada a qualquer tempo, a minha única preocupação era de seu iria proibir ou coibir alguém de ser candidato? Eu iria atingir alguém? Não, todos tiveram direitos iguais. Seria cada um defendendo àquilo que acreditava: eles procuraram os vereadores e apresentaram o projeto deles e, logicamente, eu procurei os vereadores e apresentei o meu projeto, que foi aceito e resultou nessa unanimidade pelos presentes da aceitação de nosso projeto”,-justificou].
O que levou os vereadores Nino e Jó de Jú renunciarem aos cargos na direção da casa, foi exatamente o projeto que antecipou o processo eleitoral, causado insatisfação em ambos. Questionado se haveria algum tipo de desconforto entre os vereadores após todo processo eleitoral, justamente pelo projeto de emenda à Lei organiza que permitiu antecipar a eleição, Ezequiel frisou que acreditou no trabalho que exerce na casa. [-“Se você é ancora de um jornal e seu lugar é ocupado por outra pessoa, você daria audiência a esta outra pessoa? [não…] Eu não sou diferente. Tenho que defender o que acredito como correto e não aquilo que os demais pares pensavam em acreditar se estivessem à frente, não que eu desrespeite os projetos deles, é que acredito no meu. Se eu não supervalorizar o meu projeto, quem vai fazer isso? A base da prefeita é composta por vereadores da base da prefeita e o que estava em jogo não foi uma eleição para escolha da prefeita municipal, foi para escolha da presidência da Câmara, que é escolhida pelos pares da casa, então quem tem o direito, a obrigação e o dever de participar disso são os vereadores”, – disse].
Por fim, Ezequiel foi questionado quanto ao edital de convocação da casa, que surgiram opiniões jurídicas afirmando ter sido feita a sessão sem o que diz a Lei Orgânica da Câmara, quando diz que o processo eleitoral deve ser votado em maioria simples para haver quórum, sendo necessária a presença de maioria absoluta, metade de 9 mais 1. O que pode também justificar a ausências na casa. Ezequiel foi curto e direto e afirmou que o processo foi dentro da legalidade regimental. Consulado pela imprensa, o assessor Jurídico da casa, Dr. Tiago, afirmou que a eleição foi realizada dentro dos tramites legais e regimentais, obedecendo a Lei orgânica.