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Redução do gás de cozinha, gasolina e diesel não beneficiam os baianos; Refinaria foi vendida aos Árabes em 2021

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou na terça-feira (16) a redução nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha (GLP). Os novos preços valem a partir desta quarta (17). No entanto, a medida não beneficia os baianos, porque os preços dos combustíveis e do gás de cozinha no estado são definidos pela Acelen, empresa que administra a privatizada Refinaria Mataripe. Veja abaixo as mudanças nos estados com administração da Petrobras:

gasolina A: redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%);
diesel A: redução de R$ 0,44 por litro (-12,8%);
gás de cozinha (GLP): redução de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%).

Com essa redução, segundo a Petrobras, o preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos R$ 100. O valor praticado na revenda, no entanto, não é controlado diretamente pelo governo. As denominações “gasolina A” e “diesel A” se referem ao combustível puro – antes da mistura com álcool e biodiesel, respectivamente.

O que diz a Acelen

A Acelen informou que nos últimos meses, reduziu, semanalmente, os preços dos combustíveis produzidos na Refinaria de Mataripe. No diesel, conforme a empresa, foram 10 reduções consecutivas, acumulando queda de 31% desde o início do ano. Já a gasolina acumulou uma queda de 16% no mesmo período. A Acelen afirmou ainda que os preços na Bahia estiveram mais baratos em 80% deste ano. O último anúncio de redução no preço dos combustíveis na Bahia aconteceu no dia 4 de maio. Segundo a empresa, houve redução de 8% nos três produtos: gasolina, diesel S10 e diesel S500.

A empresa destacou que os preços praticados seguem critérios de mercado, levando em consideração variáveis como o custo do petróleo. O produto é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, que pode variar para cima ou para baixo. A Acelen ainda destacou que conta com uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, de acordo com as práticas internacionais de mercado.

O que diz o sindicato

O Sindicombustíveis Bahia afirma que a nova política de preços da Petrobras pode impactar a competitividade das refinarias privadas, como é o caso da Refinaria Mataripe, que vai continuar considerando o preço de paridade de importação (PPI) para a precificação dos produtos. A preocupação do Sindicombustíveis Bahia é que a decisão da Petrobras impacte nos postos de rodovias da Bahia, que competem com estabelecimentos de outros estados, sendo abastecidos pela estatal e que, provavelmente, terão preços mais competitivos. Isso, conforme a categoria, pode resultar na queda das vendas no estado e, consequentemente, prejudicar a economia da Bahia. O Sindicombustíveis Bahia informou que a composição dos combustíveis leva em conta outros agentes do setor, além da refinaria, como transportadoras, distribuidoras e impostos, e ressaltou que não interfere no mercado e respeita a livre concorrência. Do G1.

 

Após apreensão de joias, CTFC investiga venda de refinaria na Bahia a fundo árabe

Senadores querem saber dos ministros de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, além do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, detalhes sobre a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para a Mubadala Capital, um fundo de investimentos de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A refinaria foi privatizada em 2021, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo valor de R$ 1,65 bilhão.

Os requerimentos de informação (REQ 1/2023, REQ 2/2023 e REQ 3/2023) foram aprovados na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). Autor das propostas, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que instituições independentes avaliaram o valor da refinaria em R$ 3 bilhões, quase o dobro do valor pago pelo grupo árabe.

— Temos de investigar se a refinaria da Bahia foi realmente vendida pelo preço correto e, caso não tenha sido, desfazer essa transação.

O vice-presidente do colegiado, senador Otto Alencar (PSD-BA), lembrou que foi contrário à venda da refinaria na época e que hoje a Bahia tem óleo diesel e gasolina com o maior custo do país.

— Depois surge essa relação da Arábia Saudita com presentes valiosos dados ao Brasil, cerca de R$ 16 milhões, e que, segundo a imprensa, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público, foram encaminhados para familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro. De alguma forma é preciso analisar essa transação que parece ser nebulosa — acrescentou.

O requerimento encaminhado ao ministro das Relações Exteriores também pede informações sobre a agenda de viagens internacionais do ex-ministro Bento Albuquerque, que comandou a pasta de Minas e Energia na gestão de Jair Bolsonaro. Omar Aziz explicou que, no dia em que os presentes chegaram ao Brasil, o então ministro conversou com o servidor da Receita Federal que identificou a presença da joia não-declarada e não avisou da existência de outra joia além da que foi apreendida.

— A gente quer saber quem foi que deu essa joia, se foi mesmo a Arábia Saudita, e para quem foi. Isso parece fruto de fortes indícios de propina.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) registrou que o trabalho de fiscalização e controle da comissão deve ser feito com o governo anterior, mas também com o atual governo.

Fonte: Agência Senado