Os professores universitários saíram irritadíssimos de mais uma reunião com o Governo do Estado. Na última quinta-feira (7), professores, servidores e estudantes estiveram no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, protestando contra o “confisco salarial” ocasionado pelo não pagamento do reajuste linear anual. Mais de 1200 servidores públicos das quatro universidades estaduais (Uesb, Uesc, Uefs e Uneb) marcaram presença no ato.
Segundo os professores, a reunião com representantes da Secretaria de Administração (SAEB) e SERIN, não houve avanço em relação à reivindicação. Os docentes apontam que o Coordenador do Ensino Superior, da Secretaria de Educação, Paulo Pontes, demonstrou incompetência e falta de habilidade política ao não apresentar qualquer possibilidade de negociação. O ponto que mais irritou os trabalhadores foi o fato de Pontes ter passado toda reunião desenhando enquanto as representações apresentavam suas questões e, ao final, afirmar que estava ali “cumprindo o protocolo”.
“O Fórum das ADs considera a postura do governo como inaceitável, reivindica a abertura das negociações e exige a retirada imediata de Paulo Pontes da Coordenação do Ensino Superior (Codes)”, declarou em nota a Associação dos Docentes da Uesb (Adusb).
Boneco Judas
Na chegada na Secretaria de Educação, a comunidade universitária foi recebida por um pelotão de policiais, que teria bloqueado todos os acessos ao prédio, inclusive aos sanitários. Como resposta, as categorias enfrentaram a Polícia e queimaram um boneco do governador Rui Costa como “Judas” em frente ao prédio da governadoria. “Estudantes, professores e técnicos que viajaram até 1000 km para participar da atividade foram submetidos a condições ultrajantes. Essa é a política do Partido dos trabalhadores para a educação dos jovens baianos”.
Reinvidicações
O Fórum das ADs cobrou resposta sobre pauta, protocolada em 18 de dezembro de 2015, que reivindica mais recursos para as Universidades, reajuste salarial de 15,5%, desvinculação do quadro docente e respeito aos direitos trabalhistas. Denunciou ainda os graves problemas gerados pela falta de verbas e a necessidade de realizar concursos públicos para professores e técnicos. A Associação dos servidores da Uesb (Afus) apontou o crescimento da terceirização como precarização da mão-de-obra, cobrou o restabelecimento do adicional de insalubridade e o pagamento do reajuste linear. Já os estudantes criticaram o Programa de Permanência Estudantil (PPE) aprovado em dezembro e reivindicaram a destinação de 1% da Receita Líquida de Impostos para essa finalidade.
O Fórum das ADs se reunirá no dia 18 de abril em Vitória da Conquista para definir os próximos passos da luta, tendo em vista o endurecimento com o governo. *Resenha Geral.