O assunto mais comentado no momento é o Aedes aegypti. Todo o país está se mobilizando para extinguir este mosquito que transmite doenças como a dengue, zika e chikungunya. Mesmo com a assistência do Governo, do Ministério e da Secretaria de Saúde em fazer mobilizações e campanhas, prefeitos de várias cidades do país estão discutindo sobre a falta de agentes de saúde e apoio financeiro do Governo estadual e federal na luta contra o Aedes.
Gestores baianos relataram como está a situação em seus municípios e comentam sobre a espera do repasse pelo governo para contratar mais agentes de saúde e minimizar os efeitos causados pelo Aedes aegypti.
O prefeito de Itiúba, Silvano Carvalho, relatou o que ocorre em sua cidade. “Até o momento não recebemos verba, nós fomos um dos municípios mais contagiados da região, inclusive superou o índice de Feira de Santana e tivemos vítimas fatais. O município está se mobilizando com as secretarias para combater o Aedes. Fizemos vários apelos, relatórios, recorremos à Sesab, mas não recebemos ainda nenhum incentivo do governo estadual e federal”, afirma.
Quanto aos agentes de saúde, Silvano foi direto ao ponto. “Os agentes comunitários são os mesmos, não recebemos novos”. Ele acrescenta que no final do ano passado contratou mais um médico plantonista num hospital da cidade, visto que a demanda estava muito grande, chegando a ter quase 80% da população atingida com a dengue e chikungunya.
Já o prefeito de Mundo Novo, Luzinar Medeiros, diz que tem recebido apoio para combater o mosquito, mas ainda é pequeno. “O Ministério da Saúde está mandando recurso, porém é muito pequeno, ínfimo. Receber entre R$5 e 9 mil reais de incentivo não tem condições, para o meu município, de atender a 100% da população. Não temos tido casos de dengue e zika por que fazemos um trabalho constante há 3 anos, com pulverização, educação nas escolas e mobilização nos distritos e na zona rural”, desabafa o prefeito.
Sobre o apoio do governo, Luzinar diz que é necessário mais incentivo porque seu município recebe o equivalente a 5 agentes de endemias, porém possui 19 na cidade. “Eu vejo que o governo tem condição de ajudar. Seria necessário um aporte maior de verba, pois é fato que há uma epidemia”.
Para ele, a conscientização das pessoas é a parte mais importante do processo. “O poder público não combate o mosquito da dengue, a população é o primeiro elo que tem para não deixar um criadouro na sua residência”, alerta.
Prefeito de Sátiro Dias, Pedro Santana, também aguarda repasse extra do governo. “A prefeitura tem recebido as verbas normal que a gente já trabalha, mas não fomos ainda contemplados com verba específica para o caso da dengue e zika”, relata. Ele complementa informando que não receberam mais agentes de endemias, ou seja, são os mesmos que já tinham.
Na oportunidade, o prefeito de Sátiro Dias volta a reforçar a importância da ação preventiva de combate. “No meu município temos feito as mobilizações com recursos próprios, atuando no combate preventivo e até o momento não temos tido casos graves das doenças”, explica.
Outra gestora que não mede esforços para conscientizar a população é a prefeita do município de Antônio Gonçalves, Irenilde Vieira Costa. Desde o ano passado ela vem fazendo um trabalho de prevenção contra o mosquito com mutirões, e o resultado é satisfatório: baixos índices de pessoas infectadas na cidade. “São com pequenas coisas que conseguiremos evitar a dengue. Esse mosquito deve ser combatido constantemente e a sociedade agora em alerta está ajudando nessa luta”, disse a prefeita.
Enquanto o valor extra para combater o Aedes Aegypti não chega às prefeituras, os gestores intensificam suas ações com recursos próprios, conscientizando seus munícipes com campanhas e educação nas escolas. A luta não pode parar.*Informes da UPB.