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PCdoB confirma Manuela como candidata

A 4 dias do fim das convenções partidárias, partidos de esquerda ainda não chegaram a um acordo para unificação. O PCdoB mantém a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República, que será lançada na convenção da legenda na tarde desta quarta-feira (1º). O PSB, por sua vez, está dividido entre a neutralidade e apoiar Ciro Gomes (PDT). Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT, foi preso em 7 de abril, o PCdoB tem demonstrado disposição em abrir mão de um nome próprio. A presidente da sigla, deputada Luciana Santos, conversou com integrantes do PDT e do PT, mas não houve um esforço conjunto do campo.

Nesta terça-feira (31), houve uma nova tentativa. Santos se reuniu com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, em Brasília, mas as negociações não avançaram. O nome de Manuela havia sido cogitado para vice na chapa petista, mas não foi feito um convite formal. O PT insiste no nome de Lula, apesar do risco de ele ser considerado inelegível pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em 2ª instância, então pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. O PSol, por sua vez, confirmou a candidatura de Guilherme Boulos ao Palácio do Planalto.

Nos últimos dias, tem ganhado força a tese da neutralidade do PSB, o que desidrataria a campanha de Ciro. O acordo incluiria que Marcio Lacerda (PSB) desistisse da candidatura ao governo de Minas Gerais, onde Fernando Pimentel (PT) disputa a reeleição. Em troca, Marília Arraes (PT) não disputaria o Executivo em Pernambuco, dando espaço para Paulo Câmara (PSB) continuar no Palácio das Princesas. “O tamanho da importância de Pernambuco para o PSB é de Minas Gerais para o PT. É mais fácil manter o que já se têm”, afirmou ao HuffPost Brasil o líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG). Ele ressaltou ainda que o estado do Nordeste é o berço da sigla e a candidatura de Câmara é a prioridade nacional da legenda.

Luciana Santos, por sua vez, é cotada para vice de Câmara, mas só deve anunciar a decisão na convenção do PCdoB no estado no domingo (5). A outra opção é que a atual deputada federal concorra ao Senado. Nesta terça, Lacerda reafirmou que continua na corrida pelo Palácio da Liberdade. Como precisa do aval do partido, é possível ainda que haja mudanças até domingo, se o PSB optar pela neutralidade. O ex-prefeito de Belo Horizonte (MG) é também um dos nomes cotados para vice de Ciro, caso se consolide uma aliança entre os dois partidos. O pedetista busca um nome do Sudeste.

Outro nome citado como possível número 2 de Ciro é o deputado Luciano Ducci (PSB-PR), que também atende ao perfil regional. Ele defende a união das duas siglas. “Sou da tendência de que [o PSB] deve ter candidato próprio, mas como não vai ter, então deve apoiar um candidato e vinha tratando com o Ciro Gomes. Ele é do campo político do PSB e preparado. Tem tudo para fazer um Brasil melhor”, afirmou ao HuffPost Brasil. Apesar de defender a aliança, Ducci negou ter conversado com Siqueira sobre compor a chapa do ex-governador do Ceará. “Vice é uma coisa que tem muito a ver com o candidato. Tem de ser uma pessoa em quem ele confie e tenha segurança. Tem uma convivência política pela frente que o titular que tem de se sentir à vontade”, afirmou.
Prioridade do PCdoB é Flávio Dino

No PCdoB, o nome de Manuela será lançado sozinho na corrida eleitoral. O partido tem até domingo para escolher um vice. Na última pesquisa Datafolha, a presidenciável tinha 1% das intenções de voto. A campanha da ex-deputada estadual, contudo, não é prioridade na sigla. Na resolução do Comitê Central, o partido definiu como primeiro objetivo o apoio às campanhas majoritárias do PCdoB, com prioridade para o governo do Maranhão, onde Flávio Dino disputa a reeleição.

Também é meta superar a cláusula de barreira e aumentar o número de deputados estaduais e distritais. Para ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e televisão a partir do próximo ano, legendas terão de eleger pelo menos 9 deputados em 9 unidades da Federação. A outra opção é ter 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 9 estados, com pelo menos 1% dos votos válidos em cada um. Hoje, a bancada do PCdoB na Câmara tem 10 integrantes.

Entre as campanhas determinantes está a reeleição da senadora Vanessa Grazziotin, no Amazonas, e a eleição, ao Senado, de Jô Moraes, atual deputada federal por Minas Gerais. A candidatura de Grazziotin ganhou uma força do PT, que decidiu não lançar candidato ao Senado no estado.