Os direitistas falam tanto em medo de o Brasil virar Cuba, Venezuela (não que isso fosse ruim para mim), e na verdade o que estamos vendo é uma tentativa de ditadura direitista mesmo com a derrota, pois não aceitam o resultado do processo democrático. Querem impor que o resultado deveria ter sido diferente. Respeitem a democracia e parem de querer impor, ditar que o candidato derrotado era o melhor para o Brasil. E para aqueles que se solidarizam aos discursos odiosos e preconceituosos contra os nordestinos, para aqueles que não respeitam o direito de escolha de seus irmãos nordestinos, querendo a todo o tempo desqualificar os conterrâneos, que tal ao invés de reproduzir o discurso, fazer uma reflexão para compreender, que a vitória de Dilma foi dada pelo povo brasileiro. E para clarear, o Nordeste foi importante sim na vitória de Dilma, pois soube reconhecer o que os governos do PT tem feito pelos que mais necessitam, aqueles que historicamente sempre ficaram à margem das políticas públicas neste país, e só sabe a importância disso quem precisa, que vem sendo assistidos por um leque de políticas públicas no campo social. Mas, para os que só olham aquele mapa pintado de vermelho e azul mostrado pela grande mídia para reforçar os discursos preconceituosos, tomem cuidado, pois esse mapa esconde a verdade.
Contar em quantos Estados cada um ganhou como se fosse isso que tivesse definido a vitória, é reforçar um discurso de apartheid. O que deve ser observado são os números absolutos. Querem ver um exemplo: no Acre, Aécio teve 63,68% dos votos contra 36,32%. Olhando os percentuais, foi uma vitória esmagadora de Aécio. No entanto, quando olhamos os números absolutos, isso representa 243.530 votos para Aécio e 138.922 votos para Dilma, uma diferença de apenas 104.608 para Aécio. Para o Acre, pode ter sido uma grande vitória, mas para o Brasil…
Vamos pegar agora o exemplo de Minas Gerais, Aécio teve 47,59% dos votos contra 52,41% de Dilma. Percentualmente a vantagem de Dilma foi pequena. Se compararmos os percentuais de votos de Minas Gerais com o Acre, visualmente tem gente que ainda diria que Aécio está melhor, mas não funciona assim. Aécio teve 5.428.821 votos contra 5.979.422 de Dilma, uma diferença de 550.601 em Minas. A diferença em Minas em favor de Dilma, abate a diferença de Aécio no Acre, mas, o mapa vermelho e azul propagado pela grande mídia, esconde esses números.
Finalizando, somando toda a votação que Dilma teve no Norte e Nordeste, foram 24.479.880 de votos. Mas, não foram apenas esses votos que deram a vitória para Dilma. Vejam, o Sudeste e o Sul deram mais votos para Dilma que o Norte e Nordeste, foram 26.627.862 de votos e ainda mais 3.261.930 de votos na região Centro-Oeste. Portanto, deixem de reproduzir o discurso da mídia do mapa vermelho e azul, foi o Brasil que deu a vitória para Dilma.
Renê Silva, Pedagogo, Especialista em Fundamentos Sociais e Políticos da Educação, Mestrando em Educação pela UESB.
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