Foram criadas 414.556 vagas com carteira assinada no país em novembro, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (23). O resultado do mercado de trabalho no mês bateu recorde na série histórica. Com a retomada da geração de postos de trabalho no segundo semestre, no acumulado de janeiro a novembro, o saldo passou a ser positivo, com o abertura de 227.025 vagas em ano de crise da Covid-19.
Mas, no mesmo período do ano passado, foram gerados 948.344 novos empregos com carteira assinada. Em 2020, o mercado de trabalho brasileiro apresenta, desde julho, uma recuperação após o fechamento de vagas no começo da crise do coronavírus —1,2 milhão de vagas desapareceram nos seis primeiros meses deste ano.
Novembro foi o quinto mês consecutivo de saldo positivo. O ministro Paulo Guedes (Economia) disse na semana passada esperar que, até o fim do ano, a perda de empregos formais seja zerada.
“É possível que cheguemos ao fim desse ano perdendo zero empregos no mercado formal de trabalho”, disse o ministro. Ele lembrou que o governo lançou um programa para evitar demissões em massa. Com esta medida, a União paga ao trabalhador uma compensação em caso de contrato de trabalho suspenso ou de jornada reduzida.
Tradicionalmente, o segundo semestre concentra a maior parte de contratações de temporários nas fábricas para produzir as demandas das festas de fim de ano. Mas, em dezembro, o resultado costuma ser negativo devido à dispensa desses trabalhadores. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros.
A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país.Esse indicador considera o mercado informal de trabalho. No setor formal, os dados do Caged, apresentados pelo Ministério da Economia, mostram que, em novembro, o país teve 1,532 milhão de contratações formais e 1,117 milhão desligamentos. Isso resultou no saldo positivo de 414,5 mil novas vagas com carteira assinada no mês.
O resultado foi puxado pelo setor de serviços, com a abertura de 179.261 vagas, e comércio, que gerou 179.077 novos postos de trabalho no mês. As cinco regiões do país registraram saldo positivo.
Neste ano, o pior mês registrado pelo Caged foi abril, logo no início da pandemia.
Em janeiro, foram gerados 114 mil empregos formais. Influenciado pela crise, o mercado de trabalho variou no ano: fevereiro (com saldo positivo de 224 mil), março (-268 mil), abril (-940 mil), maio (-362 mil), junho (-24 mil), julho (geração de 140 mil), agosto (com saldo positivo de 244 mil), setembro (criação de 311 mil) e outubro (com abertura de quase 395 mil).
Folha de S.Paulo