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Pai e filho foram aprovados em Medicina na UESB, Campus de Jequié

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O fisioterapeuta Ulisses Monteiro, 42 anos, morador da cidade de Gandu, ficou surpreso ao saber que foi aprovado em medicina numa universidade pública da Bahia por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Em 2015, ele fez as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com a intenção de incetivar o filho de 19 anos que quer seguir carreira na área de saúde. A lista dos aprovados saiu na segunda-feira (18) e até agora a “ficha não caiu”, segundo conta. “Comecei ajudando ele a estudar e, quando ele estava no primeiro ano do Ensino Médio, prometi que faria o Enem junto com ele, como forma de incentivá-lo. Foi então que fiquei surpreendido com a boa nota que obtive. A ficha não caiu e acho que vai demorar mais uns dois dias para cair”, disse ao G1 nesta quarta-feira (19).

Ulisses Monteiro ficou com média 785 e foi aprovado para o primeiro semestre do curso na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), no campus da cidade de Jequié. Ele precisa fazer a matrícula até o dia 26 de janeiro. Após o resultado, o fisioterapeuta fez um post em seu perfil na rede social Facebook comemorando a aprovação. A emoção do pai foi ainda maior porque o filho, Alírio Caribé Ribeiro, também foi aprovado para o curso de medicina após fazer o vestibular de uma faculdade particular de Salvador. O rapaz mora na capital, na casa dos avós, desde o ano passado, quando se mudou para fazer cursinho. O jovem deve começar a fazer o curso universitário em fevereiro.

Ele não conseguiu nota suficiente para passar numa [faculdade] pública pelo Sisu agora, mas já havia passado na particular no fim do ano passado. Agora, a gente aguarda o resultado do Prouni [Programa Universidade para Todos] para ver se ele consegue uma bolsa integral ou parcial”, destacou. O MEC abriu na terça-feira a consulta para as 203.602 bolsas de estudo que serão oferecidas na primeira edição de 2016 do Prouni. O resultado da seleção deve ser divulgado em 25 de janeiro.

O fisioterapeuta contou que, quando adolescente, já tinha pensado em ser médico, mas disse ter desistindo da ideia com o passar do tempo. “Eu comecei a trabalhar como fisioterapeuta, e também dando aulas, e isso não estava mais nos meus planos. Tinha desistindo da ideia. Agora, com essa aprovação, o sonho de infância ressurgiu e decidi cursar. Vou ter que reduzir minha carga de trabalho e dividir as atividades com a minha esposa, que também é fisioterapeuta”, afirmou.

Segundo Ulisses, a vontade do filho Alírio era poder estudar junto com o pai numa mesma faculdade. “Quando saiu o resultado dele, fiquei imensamente feliz e até fizemos festa. Ele está decidido a continuar estudando para tentar uma faculdade pública. Ainda é muito jovem. Quando ele era pequeno eu tentava não influenciar na profissão que ele iria seguir, porque sempre falava que a gente que fazer o que gosta. Ele desistiu da ideia de fazer direito quando faltavam dois anos pra terminar o segundo grau e disse que faria medicina. Eu perguntei se era isso mesmo e até mostrei os desafios da profissão, mas ele disse que sim”, afirmou.

O pai conta que pretende, mesmo distante, continuar trocando conhecimento com o filho pelas redes socias sobre os conteúdos dados em sala de aula. “Mesmo morando com os avós, a gente mantém um contato muito grande. Somos amigos, parceiros de videogame. Ele vai continuar lá e eu aqui, mas nem por isso vamos deixar de trocar experiências. Tem que continuar sendo do jeito como sempre foi: um ajudando o outro”.