Professores e estudantes organizam grande mobilização em todo o país. Centrais sindicais já anunciaram apoio ao movimento, que será um “esquenta” para a greve geral de 14 de junho. Os trabalhadores da educação básica e superior, pública e privada, das cinco regiões do país vão cruzar os braços na próxima quarta-feira 15 contra o corte de verbas para educação e a reforma da Previdência. O corte foi anunciado no final de abril pelo ministro Abraham Weintraub (confira abaixo como será a greve em todo o Brasil).
O anúncio do corte de verbas aumentou o apoio à greve nacional da categoria, convocada no início de abril pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE). “A adesão à greve nacional da educação, que já era considerável em todo o país, cresceu ainda mais depois que o governo anunciou o corte de investimentos na área e está atraindo o apoio de pais, mães e alunos preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse o presidente da CNTE, Heleno Araújo.
As centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB, CSP-Conlutas, CGTB, NCST, Intersindical – também decidiram apoiar a greve da educação, que para as demais categoria de trabalhadores será um Dia Nacional de Luta. Segundo as centrais, o dia 15 será um “esquenta” para a greve geral da classe trabalhadora, no dia 14 de junho.
Destruição da aposentadoria
O presidente da CNTE destaca que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem como objetivo destruir a aposentadoria do povo brasileiro, em especial a das trabalhadoras e a dos trabalhadores da educação. Isso porque a PEC altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores.
“As professoras que ingressaram na carreira até 2003 vão ter que trabalhar 10 anos a mais e as que ingressaram depois de 2004 serão de trabalhar 15 anos a mais para receber benefícios menores”, explica Heleno, que questiona: “Como é que nós professores, ocupação considerada penosa, conseguiremos trabalhar até 65 anos, ou no caso das professoras, até 62 anos?”.
A reforma da Previdência do governo Bolsonaro acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima: 65 anos para homens e 62 para mulheres, aliada a tempo mínimo de contribuição de 20 anos (hoje o tempo mínimo de contribuição é 15 anos). Ou seja, o trabalhador só se aposenta ao alcançar 65 anos de idade e se tiver 20 anos de contribuição; e a mulher só se aposenta com 62 anos, se até lá já contar com 20 anos de contribuição. (mais…)