Encravada entre os estados de Roraima e Amazonas, na fronteira do Brasil com a Venezuela, a Terra Indígena Yanomami é palco de uma grande operação de segurança e retirada de garimpeiros. Longe de qualquer rodovia federal, num cenário de 9,6 milhões de hectares de Floresta Amazônica e marcado por áreas de difícil acesso e longas distâncias, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizam a Operação Omawe. O foco da ação é a retirada dos invasores de terras de povos originários e a inutilização de equipamentos empregados na exploração ilegal de ouro e cassiterita.
Para atuar na região, a PRF destacou 85 agentes, viaturas terrestres e dois helicópteros, enquanto o Ibama utliza outras três aeronaves e várias equipes de fiscais ambientais. A frota aérea é empregada em missões de transporte, segurança, patrulhamento e apoio a incursões por terra e rio. Até o momento, PRF e Ibama já desfizeram mais de 190 acampamentos clandestinos, e inutilizaram mais de 100 equipamentos, como 16 balsas, geradores, motores e embarcações. Cerca de 19 mil quilos de cassiterita extraídos de forma ilegal foram apreendidos.
Mesmo assim, ainda existem infratores que desafam a lei e permanecem ilegalmente na região. Agentes relatam que garimpeiros chegam a iniciar focos de incêndio na mata para confundir as equipes de fiscalização. Outros grupos voltam a se instalar nas proximidades de acampamentos já destruídos, na esperança de que os fiscais não retornem ao local.
Missão de alta complexidade – Levantamentos preliminares apontam que o garimpo no interior da Terra Indígena Yanomami aumentou nos últmos anos. Esse crescimento se faz visível, principalmente, no desmatamento observado no interior da reserva, e agravado pelo emprego de maquinário pesado, instrumentos e produtos químicos que produzem graves danos ao meio ambiente. (mais…)