As ações da Petrobras sofreram uma queda forte na segunda-feira, 2, diante dos anúncios do governo Lula de intervir na política de paridade de preços dos combustíveis e de posicionar a companhia como uma indutora da economia nacional. A expectativa de analistas é de que essas diretrizes se traduzam, na prática, em maior risco de cortes no pagamento de dividendos, investimentos maiores por parte da empresa e diminuição de venda de ativos nos próximos cinco anos.
As ações preferenciais da Petrobras caíam cerca de 6% perto do fim do pregão, enquanto as ordinárias recuavam 6,7%, pressionando o Índice Bovespa (Ibovespa), que tinha baixa de 3,1%. O que mais abalou as ações da Petrobras foi a consolidação da expectativa de que haverá, de fato, uma revisão da política de preços da petroleira, segundo analistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão. Isso pode desembocar em redução do lucro e, consequentemente, corte na distribuição de dividendos.
Os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte afirmaram, em relatório do banco BTG Pactual, que qualquer revisão no pagamento de dividendos por parte da Petrobras pode ser repentina, provocando uma rápida deterioração da percepção de risco sobre a petroleira. O relatório da dupla mencionou ainda que espera volatilidade alta nos papéis da petroleira, impulsionados pelos anúncios recentes da equipe de transição de revisar a política de paridade de preços. “O simples fato de haver esforços para mudar o plano estratégico da empresa deve ser suficiente para aumentar a volatilidade das ações”, descreveram. (mais…)