É mentiroso o texto publicado pelo site Poder DF que acusa a organização yanomami Urihi de ter desviado, em 2016, R$ 33 milhões de verbas públicas que seriam destinadas à saúde dos povos indígenas. O processo citado na publicação é referente a outra associação, que atualmente está inapta na Receita Federal, e possui sócios e CNPJ diferentes da organização presidida por Júnior Hekurari Yanomami, acusado pelo site, de forma enganosa, com base em informações do TCU (Tribunal de Contas da União). A Urihi Associação Yanomami foi criada em 2016, após o TCU ter verificado a irregularidade contábil envolvendo a outra associação.
A falsa alegação acumulava ao menos 5.000 compartilhamentos no Twitter e 2.000 compartilhamentos no Facebook , impulsionados por Bolsonaristas. O que ganha uma pessoa criar uma mentira na internet e enganar milhares de outras?
Uma associação condenada pelo TCU por ter desviado R$ 33 milhões em recursos públicos de convênios, celebrados nos anos 1990 e 2000, tem o mesmo nome e vem sendo citada por publicações na internet para acusar a organização yanomami Urihi, fundada por Júnior Hekurari Yanomami em 2016. O líder indígena e a organização foram alguns dos responsáveis por denunciar a omissão do governo de Jair Bolsonaro (PL) e a crise que os povos da Terra Yanomami estão vivendo.
Em 2016, o TCU (Tribunal de Contas da União) condenou a ONG Urihi — Saúde Yanomami, inscrita no CNPJ 03.272.540/0001-12, por contas irregulares envolvendo desvios de verbas que seriam destinadas às áreas de saúde e alimentação. Essa organização atualmente está inapta, segundo a Receita Federal, e não tem relação com a Urihi — Associação Yanomami, cujo CNPJ é 24.292.140/0001-49.
Conforme pode ser verificado no site da Receita, a Urihi — Associação Yanomami possuía o nome Hapyr (Hwenama Associação dos Povos Yanomami de Roraima) quando foi criada. Nem a ONG, tampouco seu sócio-fundador, aparecem no relatório do TCU sobre o desvio de dinheiro público (veja abaixo). (mais…)