O Banco Central alertou nesta terça-feira (20) que a crise financeira internacional pode resultar em aumento do desemprego e queda da renda no Brasil, o que, por sua vez, pode aumentar a impadimplência das pessoas físicas levando em conta “o crescente endividamento das famílias nos últimos anos”. O alerta foi feito por meio do relatório de estabilidade financeira, no qual o Banco Central analisa a situação do sistema financeiro nacional. “Os cenários de curto e de médio prazo podem apresentar desafios às instituições do sistema bancário, dependendo principalmente da repercussão interna dos desdobramentos associados ao cenário financeiro internacional”, avaliou a autoridade monetária no documento. Embora o risco do aumento da inadimplência seja baixo para o sistema financeiro como um todo, em termos de “liquidez” (recursos disponíveis), diz o BC, a distribuição não é uniforme entre as instituições. Dessa forma, argumenta o BC, uma eventual restrição [de liquidez, ou seja, de acesso a recursos] pode resultar em situação de relativo estresse para algumas instituições”, informou a autoridade monetária.No crédito às empresas, acrescentou o Banco Central, ganharam relevância as operações destinadas às pessoas jurídicas de menor porte. “Apesar da salutar desconcentração do crédito, historicamente, a inadimplência desse segmento é mais sensível a variações no ambiente macroeconômico”, avaliou a instituição.Nesse contexto, segundo a autoridade monetária, cabe às instituições financeiras “dimensionar de forma correta o risco resultante na carteira, aperfeiçoando os modelos de concessão e gerenciamento de riscos, de forma a mitigar perdas por atrasos ou risco de inadimplência”.O último dado divulgado pelo Banco Central sobre a taxa de inadimplência das pessoas físicas e das empresas revela que ela atingiu, em julho, 5,2% – permanecendo, assim, no patamar mais elevado desde fevereiro de 2010, quando estava em 5,3%. A inadimplência medida pela autoridade monetária refere-se a operações com atrasos superiores a 90 dias. G1