
A guerra comercial, causada pelas tarifas de importação dos Estados Unidos, ganha um novo desdobramento com uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chineses. O anúncio foi pela Casa Branca na tarde desta terça-feira (8), segundo informações da agência Reuters. A nova alíquota entra em vigor a partir de amanhã e trata-se de uma resposta às retaliações da China ao pacote de tarifas do governo americano que foram anunciados no dia 2 de abril.
André Valério, economista sênior do Inter, avalia que a decisão acentua a tensão comercial entre os dois países, embora os efeitos da tarifa adicional sejam limitados para a China. “A tarifa de 54% já havia efetivamente excluído a China do mercado americano. Então, a tarifa sair de 54% para 104% tem pouco impacto sobre as decisões do governo chinês. É provável que o governo chinês faça nova retaliação”, diz Valério.
Se isso ocorrer, os mercados devem ficar ainda mais voláteis com os investidores apreensivos de que a queda de braço entre os dois países empurre a economia global para uma recessão. “Devemos continuar a observar o real desvalorizando na margem”, diz Valério. Esse efeito já é visto na sessão desta terça-feira (8). Por volta das 14h10 (horário de Brasília), o dólar disparou 1,40%, sendo cotado a R$ 5,99. Em contrapartida, o Ibovespa – principal índice da B3 – inverteu o sinal e voltou a opera no vermelho com quedas de 0,68%.
“Poucas ações brasileiras devem fechar em alta porque o mercado local é muito ligado à China, especialmente o setor de commodities. Precisamos aguardar o que vai acontecer nos próximos dias”, diz Marco Saravalle, analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Já as bolsas de Nova York perderam fôlego durante a tarde. Às 14h25 (horário de Brasília), os índices Dow Jones e S&P 500 avançavam 0,52% e 0,21%, respectivamente. Já o Nasdaq recuava 0,24%, aos 15.565,25 pontos. (mais…)