A prisão do ex-bombeiro militar Maxwell Simões Correa, o “Suel”, nesta segunda-feira, 24, e a delação premiada de Élcio de Queiroz abriram novos caminhos para a investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros de submetralhadora na noite do dia 14 de março de 2018. Como confirmou o ministro da Justiça Flávio Dino, a mecânica do dia do crime já foi esclarecida, mas as investigações ainda precisam responder várias perguntas — principalmente, quem foram os mandantes e quem financiou o crime.
Queiroz fez um acordo de delação premiada na Justiça no dia 14 de junho e revelou informações que podem ajudar as investigações a avançarem nesse quesito. Além de confirmar o atirador foi Ronnie Lessa — um ex-policial militar do Rio de Janeiro que está preso preventivamente desde março de 2019, suspeito pelo assassinato —, o delator ainda apontou o enriquecimento rápido do acusado.
O delator disse que não acreditava na versão do comparsa de que não teria recebido “um centavo” pelo assassinato de Marielle. Na delação, ele disse às autoridades que Lessa subiu o padrão de vida depois do crime. O ex-policial militar teria comprado uma Dodge Ram blindada – veículo que custa pelo menos R$ 350 mil -, uma lancha e estava planejando construir uma casa de praia em Angra dos Reis.
Para os investigadores da Polícia Federal, as revelações do delator sobre as aquisições de bens de Lessa reforçam a suspeita de que ele foi financiado por mandantes para cometer o crime. Esta é a próxima etapa da apuração. Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça indicou o avanço do inquérito nessa direção.
Queiroz ainda disse que Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé”, teria sido o contratante da dupla, abrindo a cadeia de mandantes. (mais…)