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Oito baianos vão decidir o impeachment de Dilma

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A Câmara dos Deputados aprovou ontem (17) a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Foram 433 votos favoráveis e um contrário à chapa. O voto contrário foi do deputado federal José Airton (PT). Dos 65 parlamentares titulares do colegiado, oito são baianos.  São eles: Lúcio Vieira Lima (PMDB), Benito Gama (PTB), Elmar Nascimento (DEM), João Carlos Bacelar (PTN), José Rocha (PR), Paulo Magalhães (PSD), Jutahy Júnior (PSDB) e Bebeto (PSB).  A distribuição das vagas foi definida de acordo com o tamanho dos partidos na Câmara.

Dos baianos, quatro parlamentares já se manifestaram abertamente favoráveis ao impedimento da presidente: Lúcio Vieira Lima, Benito Gama, Elmar Nascimento e Jutahy Júnior. O deputado Bebeto ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas o seu partido anunciou no início deste mês migração para a oposição, alegando que não acreditava mais na recuperação do governo.

Outros cinco deputados da Bahia estarão como suplentes na comissão: Fernando Torres (PSD), João Carlos Bacelar (PR), Valmir Assunção (PT), Erivelton Santana (PSC) e Irmão Lázaro (PSC).

Depois da votação, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), afirmou que espera agilidade “total” da comissão. O peemedebista lembrou que o ritmo do trabalho depende de prazos regimentais. “Depende do prazo em que vier a resposta da senhora presidente ao processo. Ela tem dez sessões para responder. Se responder rápido, será rápido. Se ela levar as dez sessões, vai levar mais tempo. A comissão é apenas um estágio, quem vai decidir, no fim, é o plenário, que vai decidir soberanamente”, pontuou.

A criação da comissão ocorre um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar, por maioria, embargos apresentados por Cunha contra o julgamento do tribunal sobre rito de impeachment.

A eleição dos integrantes da comissão do impeachment é uma exigência do regimento. Na primeira votação para o colegiado, ocorrida em dezembro do ano passado, participaram da disputa uma chapa oficial formada pela indicação dos líderes partidários e uma chapa alternativa, de defensores do impeachment de Dilma. A chapa avulsa acabou derrotando a oficial, mas essa eleição foi anulada pelo Supremo, que entendeu que só poderiam compor a comissão do impeachment deputados indicados diretamente pelo líder partidário.

Assim, só houve uma chapa na eleição e, em busca de acordo, os líderes partidários com divergências nas bancadas buscaram fazer indicações que representassem tanto o grupo contra quanto pró-Dilma.

Discussão do impedimento provoca bate-boca

A sessão para eleger o colegiado foi marcada por clima tenso. Houve muito bate-boca e empurra-empurra entre os deputados da base e da oposição.  Com bandeiras do Brasil e usando faixas no pescoço nas cores verde-amarelo, oposicionistas seguravam cartazes vermelhos com as palavras “Impeachment Já”. Aliados do Palácio do Planalto revidavam gritando: “Golpistas”.

O líder do PT, o deputado federal baiano Afonso Florence, acusou a oposição de adotar uma “postura fascista” com o apoio de setores da imprensa. “Estão jogando o Brasil na truculência e na convulsão social. Dizem agora que tem na presidência um sem voto, mas foram eles que perderam a eleição”, afirmou Florence, no plenário.  O líder do PSDB, o deputado Antonio Imbassahy, não gostou nada da declaração do conterrâneo. O tucano reagiu e disse que os partidos oposicionistas atendem a uma vontade “da maioria esmagadora do povo brasileiro”. * Tribuna da Bahia.