Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (11), o ex-ministro Sergio Moro definiu como ‘contraditória’ a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com partidos do Centrão. Para ele, a única preocupação é com um eventual processo de impeachment.
“O problema não é só aliança, mas com quem se faz, porque se faz”, disse Moro.
O ex-juiz comentou se sentir desconfortável com a situação. “Dentro desses partidos têm políticos com histórico de condenações. Acho que um dos problemas que tivemos na democracia foi a necessidade de aprovar pautas e, por vezes, se fez alianças com pessoas que não se destacavam pela ética”, pontuou.
Quanto aos motivos que o levaram a integrar a equipe do presidente, abandonando 22 anos na magistratura, o ex-ministro disse ter vista a “oportunidade” de “avançar nesta agenda e impedir o retrocesso”.
Moro deixou o governo Bolsonaro em 24 de abril. No discurso de demissão, acusou o presidente de tentar interferir politicamente em ações da Polícia Federal.
“Eu não saí do governo para construir uma oposição. Eu saí, declinei meus motivos e o objetivo nem foi prejudicar o governo. Até fiquei surpreendido com a abertura do inquérito (no STF). O objetivo era proteger as pessoas, a Polícia Federal”, afirmou.