A volta do trabalho legislativo em Itiruçu causou nas mídias sociais. O assunto foi as fotos compartilhadas, com todos os políticos que deram as mãos divididos entre o “bem me quer, mal me quer.
Quem acompanha a política local, sabe, e muito bem, que a maioria não se suporta, apenas se respeitam e, certeza, ainda há aliados que fritam na chamada trairagem, nome dos colegas na briga pelo apoio popular, mas quando estão juntos, é uma rasgação de seda que abala os anjos: falta até claridade na lua.
E o eleitorado, com isso tudo, precisa aprender que, na política, o amigo de agora é o soldado do amanhã. Mas, o que deixa uma maioria desconfiadas é a presença de figuras que fazem de tudo por apadrinhamento político, vendem a alma aos que estão mais fortes, trocam de lado e de posturas na esperança de regalias nas tetas do poder. É hora de enxergar o óbvio: na gestão pública não há mais espaço para quem não gosta de trabalhar.
‘Ninguém solta a mão de ninguém’: assim caminha a eleição de 2024 em Itiruçu. O amigo pode jogar o outro da ponte e segurar o inimigo e/ou o inimigo dormir com o inimigo e se fazerem de amigos para chegarem ao topo.
E 2024, como será?
É uma incógnita profunda que confunde o eleitor. De um lado a prefeita Lorenna parece, sobretudo, ter preferência pelo nome rejeitado dentro do próprio governo – do Secretário de transporte, Ubiratan- o que faz boa parte do grupo abrir espaço para aproximar de lideranças da oposição e assim vão bagunçando ainda mais o cenário.
Tanto que o ex-prefeito Wagner, figura que foi rejeitado no último mandato pela imensa maioria, o que o fez não querer disputar a eleição e, ainda, saiu sendo criticado pelos aliados por faltar com apoio à candidatura do sucessor, Enzo Tenisi. À época, Wagner desistiu e pregava que a campanha estava perdida, liberando aliados de primeira para correr para o lado que venceria, e a maioria próxima dele conseguiu espaço no governo Lorenna.
Agora Wagner deseja ser novamente o nome da oposição na disputa, chegando ao ponto de rasgar elogios ao ex-prefeito Carlinhos, figura que, em 2012, foi destruído por Wagner, que tinha uma oposição no legislativo “controlada” por ele. Em resumo, para quem esqueceu: a destruição da imagem do ex-prefeito foi tão forte, que foi cogitada a aprovação de uma CPI para afastá-lo do cargo. Desta vez, apesar de utilizar as mesmas anedotas, a estratégia é de defender o Governo Lorenna, numa demonstração de que, se couber a ele a missão de ser indicado por Lorenna a sucessão, não mediria esforços a dizer sim.
Do Governo Lorenna, as opções são: a sucessão natural, que seria o vice Júnior Petrúquio; o vereador Ezequiel Borges, aliado de Lorenna de primeira hora e que tem publicamente o apoio do governador Jeronimo Rodrigues; e o nome de Bira, que se colocou na disputa, mas tem nas costas chefiar a Secretaria que tem o pior desempenho dos últimos tempos, inclusive, o sofrimento do povo rural com as estradas em caos na maior parte do ano.
Os nomes de oposição são, além de Wagner; Aílton Cezarino, que já comunicou ser uma opção para disputar novamente a eleição; aos novatos Alender Correia, Jairo Leite e Heron Castro. Vontade também é do vereador Jó de Jú; além de Tony Anjos, presidente da Câmara, que trabalha o nome. Os dois últimos, aliados de Lorenna.
Bolsonarismo x Lulismo
Acha que não vai contar? É esperar e observar o resultado. O PT quer e já encaminhou os nomes ao partido na região que vão brigar pelo maior número de prefeituras no Brasil. Em Itiruçu, apenas Ezequiel Borges foi o candidato que defendeu publicamente o nome do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula. Cezarino defendeu a candidatura de Lula, mas não acompanhou o governador na Bahia. Petrúquio declarou apoio ao PT na Bahia apenas no segundo turno, mas não era simpatizante a Lula.
Os demais nomes: Wagner, Alender, Bira e Jairo, foram os que optaram pela candidatura de Bolsonaro. É uma ideologia de defender a política que vinha sendo feita pelo ex-presidente para os Brasileiros.
O resultado das urnas em Itiruçu deu ao PT uma preferência acima dos 73%. Em 2024, a depender do andamento dos governos no formato de apoio, principalmente da figura do Lula, vai, certamente, influenciar a disputa.
Escreveu, Tiago Santos.
Jornalista, Pedagogo, Especialista em Políticas Públicas e Educador Físico.
