A pergunta aí foi feita por Juliano Mineiro, da Pituba, Salvador, leitor. A questão é a resposta, todos querem saber, nós inclusos. Mas há dois aspectos a considerar, o pessoal e o político. No pessoal, Roma foi feito e criado no ninho de ACM Neto, filiou-se ao Republicanos e quando foi convidado a ser ministro, mesmo contra os interesses do amigo, topou. A briga que resultou disso foi para além do que se vê público, envolvendo inclusive familiares de ambos, antes muito próximos.
Aí entra o lado político. A briga veio exatamente porque Neto não queria atrelamentos com Bolsonaro, um extremista de direita, contra as posições dele, de centro. Uma conciliação agora só seria possível se Neto largasse Ciro Gomes para abraçá-lo. Impossível, hoje.
Na Bahia — As divergências entre adversários que se desentenderam entre si é o melhor dos mundos para Jaques Wagner, que tem o apoio de Rui Costa, governador bem avaliado, e de Lula, o líder das pesquisas.
Na outra ponta está Neto tentando ver se Ciro Gomes emplaca como terceira via e acossado por aliados que ficam com um pé no governo e outro com ele e alguns aliados, com o ex-deputado José Carlos Aleluia dizendo que ‘Bolsonaro terá palanque na Bahia’.
Cabe outra pergunta: será que Neto com Ciro vai agregar no seu palanque aliados de Bolsonaro e dos tucanos com Eduardo Leite ou João Doria? Também é difícil.
A surpresa no caso Alden é o isolamento, punição inédita
Os parlamentos, aqui e alhures, são marcados pela fraterna convivência entre opostos, os inimigos cordiais. Imagine uma situação em que um integrante da bancada de oposição é oficialmente deletado da convivência, tipo ‘caia fora que não lhe queremos aqui’.
Foi isso que surpreendeu no desfecho do caso Capitão Alden no Conselho de Ética da Assembleia. Já se sabia que vinha uma punição por aí, suspensão por 30 dias. Mas o corte da convivência política e social é algo inédito na Assembleia.
Na Alba, já há um desconforto geral com Alden, entre os colegas, porque nas sessões virtuais o cenário das falas dele é sempre armamentos pesados. Os deputados acham uma indignidade usar a plataforma da casa para isso.
Dos 63 deputados, 43 se dizem ligados ao governo, 17 a ACM Neto e três, Hilton Coelho, do PSOL, da esquerda, e Alden e Talita Oliveira, do PSL, ambos bolsonaristas. Ele fica só com Talita.
Eduardo Leite, aposta tucana
Apesar do incêndio anteontem na sede da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, algo que sacudiu o estado, a agenda do governador gaúcho, Eduardo Leite, inclui a visita a Salvador a partir de hoje.
Leite, que virou assunto nacional ao se declarar gay, terá como anfitriões o presidente do PSDB na Bahia, o deputado Adolfo Viana, e o prefeito de Mata de São João, João Gualberto. O partido quer emplacar ele no lugar de João Doria.
Diz Eliana que Cachoeira aplaude o Enseada, mas…
Cachoeira, vizinha colada de Maragojipe, a terra do estaleiro Enseada Paraguaçu, recebe de muito bom grado a notícia da retomada das operações por lá, mesmo que ainda sem a força de antes. A prefeita Eliana Gonzaga (Republicanos) diz que a notícia é boa e cai bem num momento muito ruim:
– Cachoeira faz parte disso. Temos aqui muitos pais de família e principalmente jovens, treinados, mas desempregados. Além da falta do dinheiro, isso derruba também a autoestima.
Eliana diz que Cachoeira sofre muito com a falta de empregos e faz uma das suas maiores apostas no turismo, com a cultura e as belezas naturais como grandes atrativos. Ou seja, a esperança é respirar novos ares no pós-pandemia.
REGISTROS
Acordo na CSN 1
O acordo judicial homologado pelo TRT – 5ª Região esta semana, que garantiu o pagamento dos rodoviários vinculados à CSN, que operava o lote do transporte público de Salvador que inclui Mussurunga e orla e teve o contrato rompido em março, tinha sido feito, na verdade, desde 20 de maio, por procuradores de Salvador. Estava pendente de liberação do repasse por conta de outra ação na 5ª Vara da Fazenda Pública, impetrada pela concessionária.
Acordo na CSN 2
Este processo gerou um outro acordo e possibilitou a efetivação do anterior. O objetivo foi não comprometer mais o funcionamento do transporte público que abarcava 30% a 40% da frota da cidade. Os procuradores municipais dizem também que se quis evitar que o passivo trabalhista acabasse nos cofres do município.
Carga viral
Curiosa a operação que a PF fez em Juazeiro batendo na porta da prefeitura de lá, mas para ver atos praticados pela gestão anterior, de Paulo Bonfim (PT): Carga Viral é nome, contra o superfaturamento em testes da Covid. Se é que assim o é, convenhamos, o vírus aí, o da corrupção, é forte. Não tem vacina.