Após as declarações do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), que desautorizaram a compra da CoronaVac pelo Ministério da Saúde por não ter “eficácia comprovada”, o prefeito ACM Neto (DEM), que se reuniu com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), para negociar a distribuição da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech, voltou a afirmar que a nacionalidade do imunizante não tem importância desde que a mesma seja autorizada pelos órgãos sanitários e que a politização da questão seria “um crime contra a população”.
Em postagem no Facebook, na manhã desta quarta-feira, 21, Bolsonaro afirmou que “O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM”, o que foi rebatido pelo gestor da capital baiana.
“É claro que não vamos fazer ninguém de cobaia. Ninguém imagina que um governo, prefeitura ou quem quer que seja vai sair vacinando o povo sem eficácia comprovada de uma vacina. Agora, a vacina chinesa tendo essa eficácia, superando a fase dos testes, tudo isto estando bem colocado é claro que eu tenho interesse em disponibilizar para a população. Se funciona e é 100% segura, não interessa de onde ela vem. Que a questão ideológica fique em outro canto”, afirmou.
Neto comentou, ainda, sobre a desmobilização dos leitos de UTI dos hospitais de campanha, como na unidade instalada no Wet’n Wild. De acordo com o gestor, a medida foi justificada através de análise da ocupação geral de leitos, que apresenta índices baixos em sua análise, e do custo que as unidades ociosas teriam para o município.
“Posso ser acusado de tudo menos de precipitação. Sempre agimos com cautela e prudência como fizemos desocupação dos leitos de UTI. Conseguimos manter as taxas de ocupação em 40% durante muito tempo e após verificar que o impacto das fases da retomada não estava significando novas ocupações nos leitos de UTI, ficamos confortáveis para fazer essa desmobilização”, afirmou o prefeito que afastou a possibilidade de haver um colapso no sistema de saúde da cidade e garantiu estar pronto para uma necessidade de remobilização.
“Um leito de UTI está ali consumido dinheiro e exigindo do poder público. Caso haja uma segunda onda e caso seja necessário remobilizar, iremos remobilizar. Tudo foi analisado, todas as contas foram feitas e todas as decisões são tomadas pensando na economia de recursos públicos. Asseguro que não há risco de colapso no sistema de saúde de Salvador. Não houve na fase mais crítica nos meses de maio e junho, não haverá agora”, disse. Por Fernando Valverde/Atarde.