A primeira reunião entre as delegações russas e ucranianas, realizada nesta segunda-feira (28/2), terminou sem acordo entre as partes, de acordo com a agência estatal de notícias da Rússia, a Tass. O diálogo ocorreu na fronteira da Ucrânia com Belarus. Segundo a agência RIA, que citou o assessor da presidência ucraniana Mykhailo Podolyak, os representantes irão se reunir com seus governos para consultas antes de uma segunda rodada de negociações nos próximos dias.
Para o governo ucraniano, além de uma interrupção do conflito, o objetivo da reunião era negociar uma saída das tropas russas que invadiram seu país. O governo russo de Vladimir Putin espera conseguir que a Ucrânia entregue suas armas e declare status de neutralidade, sem adesão à Otan. A Ucrânia vive o quinto dia de bombardeio. Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão cercadas de tropas russas.
Belarus também fez ataques à Ucrânia e cedeu a fronteira para a invasão russa. Apesar da investida, o governo bielorrusso garantiu que não terá ação militar durante a reunião. A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Assembleia Geral da ONU
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma sessão emergencial da Assembleia Geral da ONU para discutir a punição da Rússia e de seu presidente, Vladimir Putin.
A movimentação político-diplomática é uma represália após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.
A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto. A reunião está sendo realizada nesta segunda-feira.
O encontro visa tomar medidas em casos de ameaça ou violação da paz ou ato de agressão, na eventualidade do Conselho de Segurança ficar impedido de agir devido ao voto negativo de um membro permanente — foi o que aconteceu com o veto da Rússia. Nesses casos, a Assembleia pode analisar o assunto imediatamente e recomendar medidas coletivas para manter ou restaurar a paz e segurança internacionais.