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Na campanha 2020 não se sabe o que foi pior, a Covid ou a baixaria

2020 está definitivamente na história do Brasil como um marco. A Covid fez a diferença, vá lá. E os marqueteiros até se animaram. Sem comícios e nem caminhadas, era a vez deles. Erro de cálculo: no comecinho alguns que prescrutaram potenciais clientes ouviram a resposta inesperada: ‘Já tenho lá um menino que faz isso’.

E os meninos que fazem isso soltaram o veneno. O resultado foi uma campanha, nos quatro cantos do Brasil, turbinadas pelas redes sociais com tudo o que se podia, de fakes a pesquisas inexistentes, o apogeu da baixaria, o que gerou um turbilhão de processos judiciais, num volume nunca visto antes.

Resultados eleitorais à parte, convém lembrar: é o primeiro ano em que está valendo a Lei de Denunciação Caluniosa com fins eleitorais, que prevê pena de até oito anos para os condenados. Noutras palavras, 2020 ainda vai demorar para acabar.

Santos e diabos — A campanha de 2020 manteve a clássica polarização que marca os embates eleitorais pelo Brasil afora: quem é do meu lado é santo, o outro é o diabo, quem muda de lá para cá é regenerado e quem vai de cá pra lá degenerado.

Com um ingrediente novo: a judicialização ataca até a liberdade dos veículos tradicionais. Candidatos de condutas duvidosas, se citados numa matéria jornalística, mesmo sendo fato carimbado e passado o recibo, pede direito de resposta e a palavra que fica valendo é a dele. São perebas democráticas.

A Alba recua na reabertura

Deputado licenciado e secretário da Saúde em Salvador, Leo Prates (DEM) foi à Assembleia para a posse de Carlos Geílson, embora hoje no Podemos, o 1º suplente do PSDB que herdou a vaga de Marcel Moraes.

Lá, narrou um cenário tão dramático sobre o momento que os baianos vivem com a Covid, que o presidente, Nelson Leal (PP) recuou na ideia de retomar as sessões presenciais dia 1º. Adiou por mais oito dias.

Leo fica ou volta à Alba?

E por falar em Leo Prates, o tempo dele como secretário de Saúde se encerra em 31 de dezembro, junto com o mandato de ACM Neto. A questão: ele vai permanecer secretário de Bruno ou voltar para a Alba?

Geílson, que fez acordo para apoiar Colbert Martins em Feira, para ficar deputado, depende que Leo se mantenha afastado.

Leo diz que nada conversou sobre isso. Mas se não ficar, é possível que outro deputado integre o time de Bruno Reis.

A economia de 90 milhões

E por falar em Assembleia, Nelson Leal (PP), o presidente, deu balanço da economia com o fechamento da Casa durante a pandemia, de março para cá.

Entre o que se poupou de água, luz, diárias e principalmente o restaurante, a despesa maior, totaliza algo em torno de R$ 90 milhões.

Mesmo que volte ainda este ano, já está decidido que o restaurante, um ponto de alta aglomeração, vai permanecer fechado.

Fiol e Porto Sul: dinheiro novo e conta que fecha

Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Bahiana de Pesquisas Minerais (CBPM), diz que os baianos ainda não se deram conta  do tamanho do impacto que a Fiol vai causar na economia do Estado:

— Fiol e Porto Sul são acasalados, um é atrelado ao outro. Os dois devem ficar prontos até 2022 e há uma expectativa de que sejam transportadas pelo porto 60 milhões de toneladas por ano. Só da Bamin teremos 18 milhões, mais 20 milhões do agronegócio e mais as mineradoras do norte de Minas, em três ou quatro anos a conta fecha.

Diz Tramm que só com isso aí, a Bahia levará R$ 400 milhões de royalties.

— E tudo dinheiro novo.

POLÍTICA 

COM VATAPÁ

Surpresa

Conta Sebastião Nery que José Maria Alckmin, ministro da Fazenda de Juscelino Kubistchek, vice-presidente do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar de 1964, quando estava frente a frente com o povão na imensidão do território da sua Minas Gerais fazia o estilo popularesco, falando com todo mundo sempre sorridente, exibindo uma intimidade como se fossem conhecidos de longas datas.

E eis que lá um dia, deputado federal, ele chega a Bocaiúva, sua terra, para rever familiares e amigos, um conterrâneo se aproximou:

— Dr. Alckmin, foi Deus que lhe mandou aqui!

— Sou todo seu, amigo.

— O problema é que minha mulher está na hora de parir e me pegou desprevenido…

E ele, sorridente:

— Mas meu filho, você namorou com ela, passou os nove meses e tudo isso o pegou desprevenido, imagine eu, que estou sabendo agora.

Gargalhou. E deu o enxoval.

Artigo do Atarde.