O índice de mulheres em cargos de CEOs e de diretorias executivas no Brasil chegou a 16% em 2017, de acordo com a pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, da Grant Thornton, realizada em 36 países. Em cargos de gerência e lideranças o número sobe para 19% nas empresas brasileiras. Em 2016, este índice era de apenas 11% e em 2015 somente 5%. Apesar da pouca representatividade, o mercado tem aberto as portas para as executivas de grande potencial no Brasil.
É o caso de Daniella Barbosa, diretora de marketing e relações institucionais da Gocil, que hoje tem nas mãos o desafio de comandar o departamento de marketing de uma das maiores empresas do setor de segurança privada e serviços no País, com operação em onze estados e mais de 20 mil colaboradores. Daniella conta que mesmo atuando em um mercado com forte presença masculina nunca se sentiu subestimada. “Eu fiz cursos extremamente masculinos – no colegial técnico eu era a única mulher do curso no meio de 300 alunos e na engenharia entre poucas mulheres. Nunca me senti diminuída profissionalmente por ser mulher. Já pensei que perdi oportunidades por não ter tido uma formação melhor, mas não por ser mulher”, relata.
Vigilantes mulheres são cada vez mais numerosas na segurança privada
Ainda que poucas mulheres estejam em cargos de liderança, é notório o avanço de pedidos por mulheres à frente do atendimento nas empresas especializadas em segurança. Neivai Ferreira, 47 anos, é vigilante em uma agência bancária da região centro-sul de São Paulo. Há dez anos trabalhando na área de segurança patrimonial, da Gocil, ela garante amar sua profissão e desempenhá-la tão bem quanto os homens. “Trabalho nesta área há 10 anos. Aprendi a colocar minha posição antes da minha imagem de mulher, e não tenho problemas com a parte masculina”, conta.
A crescente procura pelo perfil feminino neste cargo se deve principalmente ao interesse das empresas por profissionais com características atribuídas à sutileza, flexibilidade, criatividade, intuição, facilidade na construção de relacionamentos e a uma abordagem mais suave em situações em que o contato com o público é direto. “É comum a preferência em relação ao público feminino em locais com maior trânsito de pessoas, como é o caso de shoppings e hospitais”, afirma Sérgio Ehrlich, Diretor Operacional da Gocil.
De acordo com o executivo, o trabalho de segurança requer um cuidado, observação e equilíbrio emocional. Isso porque o profissional de vigilância deve se anteceder aos riscos de forma centrada, observadora, mas sem deixar de lado a gentileza. “Nesse quesito, as vigilantes têm tido grande destaque”, informa. A escala flexível da profissão também permite que as mulheres acumulem funções, como é o caso de Neivai que é mãe e avó de quatro netos. “Sei da importância da minha família e da carreira que eu escolhi para minha vida. Por isso, dedico o tempo livre aos que amo”, conclui.