O segundo turno acontece somente no dia 30 de outubro, mas alianças estão sendo formadas e apoios ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputam o comando do Palácio do Planalto, já estão sendo anunciados. Com 100% das urnas apuradas, Lula obteve 57,2 milhões de votos válidos (48,43%). Bolsonaro, candidato à reeleição, ficou em segundo lugar com 51,07 milhões de votos (43,20%). A seguir, veja quem declarou apoio ao petista e ao chefe do Executivo no segundo turno da eleição presidencial, e quem optou pela neutralidade.
Estão com Lula
O ex-presidente recebeu o apoio do PDT, partido de Ciro Gomes, que disputou a eleição presidencial, mas conquistou 3,5 milhões de votos (3,04%), ficando em quarto lugar no primeiro turno. O presidente da legenda, Carlos Lupi, ao declarar o apoio, chamou o petista de “democrata” e Bolsonaro de “aspirador a ditador”. Ciro Gomes divulgou um vídeo nas redes sociais para endossar o apoio do PDT, mas não mencionou o nome de Lula. “Fiquem certos que, como sempre fiz, vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assuma em janeiro”, afirmou ele.
O Cidadania, um dos partidos que apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, anunciou que estará ao lado de Lula no próximo dia 30. O presidente da legenda, Roberto Freire, afirmou que a decisão foi quase por unanimidade: três votos defenderam a neutralidade. Ele disse também que houve “unanimidade contra Bolsonaro”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou abertamente o apoio a Lula. Ao justificar o voto no petista, FHC afirmou: “Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva.”
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reeleito com 70% dos votos, também apoia Lula. Os senadores do PSDB José Serra e Tasso Jeiressati declaram voto no petista no segundo turno. Serra e o ex-presidente foram adversários na eleição de 2002, quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez. Presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga desistiu de anular o voto para apoiar Lula no segundo turno.
Simone Tebet confirma apoio a Lula no segundo turno
A senadora se reuniu com o candidato a vice-presidente na chapa do petista, Geraldo Alckmin. Em seu perfil do Instagram, Tebet compartilhou uma matéria de O Globo com uma foto do encontro que dizia: “Tebet encontra com Alckmin e formaliza hoje o apoio a Lula”. A candidata almoçará com Lula nesta quarta-feira (5) na casa de Marta Suplicy, em São Paulo. A expectativa é que o anúncio oficial do apoio aconteça em um hotel na capital paulista, às 16h.
Estão com Bolsonaro
Até o momento, quatro governadores declararam apoio ao presidente Bolsonaro. O primeiro foi Romeu Zema, de Minas Gerais. Reeleito com 56,18% dos votos, o político mineiro disse que acredita “muito mais” na proposta do chefe do Executivo do que na de Lula.
Já Cláudio Castro, reeleito governador do Rio de Janeiro com quase 60% dos votos, falou que Bolsonaro tem seu apoio “desde sempre”.
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que não foi para o segundo turno e encerrou, assim, um ciclo de 28 anos de PSDB no estado paulista, afirmou que o mandatário tem seu “apoio incondicional”. A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes será decidida entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).
Os governadores Ibaneis Rocha e Ratinho Jr., reeleitos no Distrito Federal e no Paraná, respectivamente, reforçaram os apoios ao mandatário.
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), eleito senador pelo Paraná, também apoia Bolsonaro no segundo turno contra Lula. Em 2020, Moro, deixou o Ministério da Justiça acusando o presidente de tentar interferir na PF (Polícia Federal).
Em cima do muro
O PSD decidiu ficar neutro no 2º turno da eleição presidencial, anunciou o partido por meio de nota. Com isso, os filiados da legenda terão liberdade para definir quem apoiar. Também por meio de nota, o MDB informou ter liberado os diretórios estaduais a apoiar o ex-presidente Lula ou o presidente Bolsonaro. Apesar do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, ter declarado voto em Bolsonaro, o PSDB confirmou neutralidade e liberou filiados e diretórios no segundo turno da eleição presidencial. Após o “apoio incondicional” de Garcia ao atual presidente, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PSDB), pediu demissão do governo estadual. Maia era secretário de Ações Estratégicas do governo de São Paulo, e havia entrado para a gestão paulista durante o governo de João Doria (PSDB).