Não foi nada bom à realização de uma eleição durante o aumento na ocupação de UTIs de hospitais particulares e públicos por pacientes com covid-19 em todo Brasil. Pois, naquele momento, as administrações municipais, quem poderiam endurecer ou afrouxar a quarentena, tentariam a reeleição. O que abriu margem para o questionamento sobre uma possível inação nos boletins em favor de uma falsa insegurança para o eleitorado ir às urnas.
Ruas lotadas, festas promovidas por candidatos e após suas vitórias nas urnas as chamadas comemorações extrapolaram a irresponsabilidade das orientações sanitárias, gerando medo e desconfiança quanto às ações de combate. De um lado o presidente da República Jair Bolsonaro avisava que a Polícia Federal iria endurecer contra os gestores que usaram recursos de combate a covid-19 de forma escancarada com amparo a cabos eleitorais. Agora, depois de férias forçadas do combate ao novo coronavírus, é hora de enfrentarem a segunda onda da doença, que na verdade nunca parou de infectar pessoas, nem no período eleitoral. Por ironia, as cidades com maior número de casos ativos no Vale Jiquiriçá logo após o termino do processo eleitoral, foram, justamente, Maracás e Planaltino, onde as farras das aglomerações ocorreram com maior intensidade. No período eleitoral foram permitidas visitas e a chegada de eleitores que não residiam nos municípios apenas para votarem, sem a necessidade de apresentarem-se livres de sintomas em todos os municípios.
Em Itiruçu, onde também foram realizados atos de aglomerações na campanha e ruas tomadas por eleitores pós-eleição, bastou iniciar 2021 que o município já anunciou medidas de terra arrasada através de decreto emergencial em decorrência do novo coronavírus, estabelecendo o uso obrigatório de máscaras de proteção em todos os locais de acesso público;
aplicação de álcool em gel a 70% na recepção dos estabelecimentos de acesso público, bem como sua disponibilização em locais visíveis e de fácil acesso a todos os frequentadores; observância das normas de distanciamento social e de proibição de aglomerações, na forma prevista em atos editados pelo Poder Estadual; Toque de Recolher durante todos os dias, no horário entre 00h00 e 05h00; instalação de barreiras sanitárias em todos os acessos ao município, com vistas a impedir o ingresso ou permanência de pessoas que não tenham vínculo empregatício ou relação com atividade local; proibição do ingresso de pessoas com sintomas de gripes, resfriados ou similares nos estabelecimentos de acesso público; proibição do funcionamento na Feira Livre municipal, de Pontos de Venda cujos
proprietários não comprovem residência fixa no Município de Itiruçu.
O Decreto emergencial permite a utilização de recursos da covid-19 com mais tranquilidade. A cidade registrou até então 169 casos, com 01 caso ativo no Boletim da Secretaria de Saúde. 23 pessoas estão aguardando resultados.
Cuidados com a Covid-19 é preciso
Apesar de toda história na necessidade política para aflouxar as regras no período eleitoral e, nesse sentido, boa parte dos que se colocam na imprensa a serviços dos sistemas políticos não podem criticar as ações de seus financiadores, o momento é delicado e necessário ajudar a população na conscientização no controle da doença. É hora também, é claro, de todos os que participaram e ajudaram promover aglomerações assumirem a responsabilidade na pandemia, sem ter a necessidade de trancar as pessoas em casa ou fechar o comércio de suas cidades. O vírus é perigoso e precisa de cuidados.