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Itiruçu: Após poema sobre Beija-flor, campanha é sugerida para salvar nascente

Uma poesia do Radialista, o Itiruçuense  Joselito Fróes, que há anos atua na FM Recôncavo FM, em Santo Antonio de Jesus, referenciando a nascente do Beija-flor e, após a publicação nas redes sociais, várias pessoas começaram chamar à atenção para que sejam realizadas campanhas de preservação da nascente.

 

A ação do homem e do poder público local foram denunciadas inúmeras vezes pela imprensa, mas não surtiram efeitos. Pouco menos de 1 km da nascente, entulhos acompanhados de lixo são despejados naturalmente. Não há projeto de reflorestamento nem a limpeza da nascente é realizada. Outro problema que atinge as proximidades são as constantes queimadas, que provocam até suspenção de atividades educacionais de uma cresce próxima do local.

 

Quem se manifestou sobre o assunto nesta quarta-feira (09), foi a artista (gravadora, desenhista, muralista, artista intermídia e professora) Itiruçuense Maria Adair, convidando membros do grupo Filhos de Itiruçu a realizar campanha para salvar o Beija-flor. Maria Adair é artista de renome internacional, que inclusive tem a autoria da criação do brasão/bandeira do município de Itiruçu e na grade de exibições de suas artes em exposições coletivas e individuais por diversos países.

Fotos/Itiruçu Online

-“Quando em 1938 nasci em ITIRUÇU, o BEIJA- FLOR era a grande riqueza de nossa  cidade. Era de lá  que saía  a água  para abastecer todas as casas da região.  Os aguadeiros com  jumento e barris de madeira ali recolhiam a água  que era vendida de casa  em casa. E as lavadeiras lavavam a roupas nas margens do riacho, usando bacias cheias de água  recolhida  no local.Até que meu pai mandou construir no quintal lá de casa, a primeira cisterna da cidade. E a partir de então, outras e mais outras foram cavadas em outros quintais. E o BEIJA-FLOR  continuou lá. Lindo e oferecendo o líquido mais precioso da vida, para os habitantes da região.Vamos fazer uma campanha para salvar o BEIJA-FLOR?”-, postou a artista.

 

Leia o poema de Joselito Fróes:

BEIJA-FLOR

Um rio ferido na sua nascente

E a culpa é dessa gente que não sabe respeitar.

Água suja que me sufoca,

Lixo e descaso na minha encosta

Não estou por me aguentar.

Os meus pingos ainda matam a sede

Hoje nem mato e nem rede

Estão a me acompanhar.

Nem pássaro me beija

Nem flor me embeleza

Estou a agonizar.

Roupas estendidas nas erosões

Baldes e corotes choramingam a vazar.

Ontem fui realidade

Hoje ficando na saudade

E ninguém pra me ajudar.

Quando definitivamente eu for embora

Só restará uma estrutura de cimento e um lamento desse lugar.

Com nome de passarinho

Fui perdendo a liberdade e a vontade de desaguar.

Hoje mal molho minhas lágrimas,

Porque nem lágrimas me restam pra chorar.