É preciso inventar vacina contra ignorância. A volta as aulas presenciais é um assunto bastante discutido nos últimos dias. Os sindicalistas querem que os professores sejam todos vacinados para retornarem as atividades letivas presenciais. No entanto, alguns municípios estão tendo, acredite, resistência de professores a tomarem a vacina contra a covid-19. Como um educador vai ensinar a um jovem ou criança em sala de aula? Se ele mesmo se joga na ignorância seletiva?
Informações confirmadas pelo Itiruçu Online com a Secretaria de Educação, em Itiruçu apenas três professores resistem em serem imunizados contra a covid-19, e querem, nesse sentido, continuar expondo colegas, alunos e suas famílias ao vírus que ceifou milhões de vida no mundo. No Brasil não é obrigatória vacina, mas os pais e alunos, além de colegas de trabalho não são obrigados a ficarem em riscos por conta do negacionismo cego de uma minoria. Até agora a cidade já avançou em mais da metade da população entre 1º e 2ª dose de vacinados.
Durante a pandemia do Covid-19, o negacionismo no Brasil tomou proporções alarmantes, manifestando-se na negação ou minimização da gravidade da doença, no boicote às medidas preventivas, na subnotificação dos dados epidemiológicos, na omissão de traçar estratégias nacionais de saúde, no incentivo a tratamentos terapêuticos sem validação científica e na tentativa de descredibilizar a vacina, entre outros exemplos. E o pior de todos: usam a fé, o nome de Deus para pregar contra ciência. O negacionismo acentua incertezas, influencia na adesão da população aos protocolos de prevenção, compromete a resposta do país à pandemia e ameaça à democracia.
O negacionismo vai além de um boato ou fake News pontual. É um sistema de crenças que, sistematicamente, nega o conhecimento objetivo, a crítica pertinente, as evidências empíricas, o argumento lógico, as premissas de um debate público racional, e tem uma rede organizada de desinformação. Essa atitude sistemática e articulada de negação para ocultar interesses político-ideológicos muitas vezes escusos, que tem sua origem nos debates do Holocausto, é inédita no Brasil.