A irmã do senador Aécio Neves (PSDB/MG) caiu no grampo da Operação Patmos – que mira o tucano, o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) e o presidente Michel Temer – insistindo a um interlocutor para que providenciasse ‘a íntegra’ das delações premiadas de quatro altos executivos da Odebrecht, entre eles o ex-presidente do Grupo Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na Lava Jato, e Benedicto Júnior, o ‘BJ’, do setor de propinas. ‘Tem três que são fundamentais. É o Benedito Junior, aliás quatro, Benedito Junior, Marcelo Odebrecht, Sérgio Neves, Henrique Valadares. Esses quatro”, indica a irmã de Aécio em ligação de 11 de abril, às 18h36. A delação da Odebrecht é a maior da Lava Jato, uma das maiores do mundo. Ao todo, 77 executivos e ex-dirigentes da empreiteira firmaram acordo com a Procuradoria-Geral da República e denunciaram dezenas de políticos como supostos beneficiários de valores ilícitos no esquema de cartel instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. A partir desses relatos, o Supremo abriu cinco inquéritos para investigar Aécio. Andrea foi presa no dia 18 de maio por suspeita de operar propinas para o irmão. “Andrea Neves da Cunha, irmã do senador Aécio Neves, além de ser alguém da sua extrema confiança, mostra-se, pelas provas carreadas aos autos, ser a responsável por tratar dos interesses mais caros ao senador, inclusive os ilícitos”, assinala o procurador-geral da República Rodrigo Janot no recurso ao Plenário do Supremo Tribunal Federal por meio do qual pede a decretação da prisão preventiva decorrente de flagrante de Aécio. Leia mais no Estadão.