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Ibama desativa garimpo ilegal na Terra Yanomami com pista de pouso, sede administrativa e restaurante

Uma ação do Ibama contra o garimpo ilegal em Território Yanomami destruiu um acampamento que tinha até bingo no meio da floresta. A ilegalidade escancarada em fotos: tem sala de administração, um cardápio de serviços diversos, com encomendas, peças em geral, internet e comida variada. As refeições seguem horários bem definidos. Em alguns locais, somente os “funcionários” podem entrar. O garimpo que ainda ocupa a Terra Yanomami faz até sorteio de telefone e carro. Cartela de bingo por cinco gramas de ouro. As imagens obtidas com exclusividade pelo Jornal Nacional mostram a operação do Ibama, que tenta parar o avanço do estrago nesse pedaço da Amazônia.

O acampamento clandestino está na região do “Homoxi”, onde antes da invasão garimpeira havia um posto de saúde indígena, agora desativado. É uma das principais frentes de combate a extração ilegal nas terras dos Yanomami. Na pista de pouso, um avião com a matrícula adulterada com fita adesiva. “Esse avião, ele já foi apreendido em outra oportunidade pelo Ibama, num aeródromo dentro de Boa Vista”, conta um agente do Ibama. Os bancos foram retirados para dar mais espaço para a carga. É assim que minérios como a cassiterita deixam a reserva Yanomami para ganhar o país e o mundo em remessas ilegais.

Todo o acampamento encontrado na operação foi destruído, incluindo o avião com matrícula adulterada. A Operação Yanomami já destruiu mais de 200 acampamentos de garimpeiros. No último dia 6 de abril, a Força Aérea Brasileira desativou o corredor aéreo, aberto em fevereiro para a saída voluntária de garimpeiros da reserva. Agora, apenas aviões e helicópteros militares ou a serviço de órgãos públicos envolvidos na operação podem sobrevoar a área. A operação para expulsar os garimpeiros da reserva Yanomami não tem prazo para terminar. Assista aqui a reportagem.