Se passeou na maior parte do ano graças ao grande domínio da Mercedes, Lewis Hamilton carimbou o título com emoção. Em uma das melhores corridas do ano, o inglês aproveitou um erro bobo de Nico Rosberg nas voltas finais do atribulado GP dos EUA, venceu a corrida com o companheiro na segunda colocação e confirmou o tricampeonato de Fórmula 1 aos 30 anos de idade.
“É o momento mais especial da minha vida. Obrigado”, disse Lewis Hamilton no rádio, em prantos, após o título.
Com a vitória, Hamilton foi a 327 pontos e não pode mais ser alcançado por Sebastian Vettel, que foi a 251 com o terceiro lugar em Austin e nem por Nico Rosberg, que chegou a 247. A três voltas do fim da temporada, o inglês comprova sua superioridade justamente sobre o companheiro de equipe, com quem ele disputou o título do ano passado e se estranhou nos dois últimos anos.
Líder do GP dos EUA até cinco voltas antes do fim, Rosberg errou sozinho, saiu da pista e permitiu uma vitória derradeira a Hamilton, que àquela altura estava no segundo lugar. Vettel, no terceiro lugar e sem o mesmo rendimento das Mercedes, viu de longe a temporada ser decidida pelos dois pilotos da equipe alemã.
Neste domingo, a briga começou na primeira curva. No asfalto castigado pela chuva que afligiu o circuito em Austin desde a última sexta, Hamilton ultrapassou o pole Rosberg de maneira polêmica mergulhando por dentro, espalhando e jogando o rival para fora da pista.
O alemão caiu para a quinta posição e teve de galgar espaço pouco a pouco, já que as Mercedes perderam momentaneamente o domínio para a Red Bull por conta do asfalto molhado. Kvyiat, com muito ímpeto, e Ricciardo, com mais destreza, chegaram a andar na frente da escuderia alemã enquanto a pista não secou.
Mais atrás, as Ferraris sobravam na disputa com a Williams. Punidos pela troca de motor, Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel mostraram serviço desde a primeira volta, enquanto Massa bateu em Alonso logo na primeira curva e Bottas abandonou ainda no começo, com problemas mecânicos. O brasileiro ainda voltou, tentou brigar no pelotão intermediário, mas padeceu do mesmo mal do companheiro e saiu com o amortecedor quebrado.
Vettel teve mais sorte. Consistente, ele soube usar bem as entradas constantes do safety car, fez uma estratégia ousada de pneus e se colocou bem na ponta com a borracha mais dura, ficando sempre próximo do pódio. A presença do alemão, por si só, já ameaçava a ideia de título antecipado de Hamilton, que sofria para conter Rosberg.
O alemão, por duas vezes, forçou a barra para cima do companheiro de equipe. Quando liderou o pelotão atrás de um safety car, ainda repetiu a estratégia do inglês de provas anteriores e retardou Hamilton demasiadamente. O golpe final do alemão veio na volta 44, quando Kvyiat bateu sua Red Bull no muro.
Com a entrada de mais um safety car, Hamilton, que àquela altura liderava com pneus bastante desgastados, desistiu de tentar ir até o fim e foi aos boxes, seguido por Vettel, terceiro no momento. Rosberg, que havia trocado a borracha há pouco e tinha melhor rendimento na segunda posição, passou todo mundo e assumiu a ponta.
Só que o alemão vacilou justamente no momento em que não poderia. Mesmo com mais de dois segundos de vantagem para Hamilton, Rosberg errou sozinho, saiu da pista e viu o rival ultrapassá-lo. A liderança, naquele momento, garantiu o tri do inglês.