O anúncio da venda do Prédio da Biblioteca Central ganhará ação na justiça na tentativa de impedir a negociação para a iniciativa privada em Jequié. A ação será movida por ativistas de diversos seguimentos que consideram o bem importante para à sociedade.
“Como cidadã jequieense, leitora e ativista pela importância do ato de ler… questiono: Qual é o plano para implementar Políticas de fomento à Leitura e fortalecimento da Biblioteca Municipal em Jequié?”, questiona a professora Fabiiana Moura.
A confirmação foi feita pelo prefeito Zé Cocá (PP), em entrevista ao programa ‘Primeira Página’, da Rádio Povo FM. De acordo com o chefe do executivo, os recursos arrecadados com a venda do prédio e de outros terrenos públicos, serão aplicados na ampliação do Centro Cívico Municipal, na área onde está localizada a sede da prefeitura. Para lá deverão ser levados a Câmara de Vereadores e outras repartições municipais, de acordo com o site Jequié Repórter.
“Facilitar a população resolver assuntos municipais em locais próximos e sair 100% da locação de imóveis particulares para funcionamento de órgãos municipais”. O prefeito disse que planeja construir uma nova biblioteca municipal em local mais adequado. Para ele, o prédio atual da Biblioteca Central é “grande e desarrumado”.
O imóvel onde está instalada a Biblioteca Central foi adquirido na gestão do ex-prefeito Reinaldo Pinheiro (2005-2008) em mãos de uma rede nacional de supermercados. Na gestão da ex-prefeita Tânia Britto (2013-2016), o prédio internamente foi modificado com a construção de salas para funcionamento do Sine-Bahia. Desse período até os dias atuais, o local para por acentuado processo de degradação, deixando de cumprir as suas finalidades e, sem investimentos em sua readequação. A suspensão das atividades determinada pelos protocolos sanitários da pandemia da Covid-19 a partir de 2020, contribuiu ainda mais para passasse o espeço de pesquisas e leitura, a um processo acentuado de deterioração.
De acordo com a prefeitura de Jequié, o município busca agendar reunião com os Conselhos de Cultura e Educação e o Fórum Municipal de Educação para discutir o assunto e encontrar alternativas.
Quem também se posicionou contra a venda do imóvel foi o documentarista Dado Galvão.
-É sempre bom lembrar que a cidade não é feita somente de asfalto e obras com potencial de marketing, o asfalto só será gerador de progresso se vir acompanhado da (promoção do bem comum, valorização da vida humana), saúde pública e educação de qualidade, geração de empregos, cultura, lazer, proteção da amazônia local, mobilidade urbana, transporte público de qualidade, nós somos a cidade, (casa comum) onde nem só de asfalto viverá o homem. Cidadão e cidadã jequieense, gente da senzala, vamos nos mobilizar, com ferramentas republicanas no exercício da cidadania, na pressão social e amparados na lei, é possível impedir que vedam mais um lote precioso, cobiçado da Borda da Mata, eu quero minha biblioteca! – disse, em movimento iniciado no canal – Veja aqui.
A questão deve ganhar novos capítulos nos próximos dias. De acordo informações confirmadas ao Itiruçu Online, a mobilização contra a venda do prédio será levada à Justiça através de uma ação popular, pedindo liminar para suspender o processo de venda.