O governo de São Paulo anunciou hoje a restrição completa de atividades esportivas coletivas, incluindo partidas de futebol, no estado. A medida faz parte da fase emergencial do Plano São Paulo, com mais restrições no combate à pandemia da covid-19. Desta forma, o Paulistão será paralisado a partir da próxima segunda-feira (15). A fase emergencial vai de 15 a 30 de março. Porém, segundo a coluna do Danilo Lavieri, os clubes e a FPF (Federação Paulista de Futebol) estudam alternativas para que a bola não pare de rolar no Paulistão. A primeira opção que surgiu em conversas preliminares foi usar o Rio de Janeiro como nova sede.
O movimento pela interrupção do futebol paulista ganhou força na última terça-feira (9), quando foi recomendada pelo Ministério Público. Clubes chegaram a ser avisados que o governo havia decidido pela paralisação, e criou-se expectativa de um anúncio ontem. De terça para quarta, um lobby envolvendo CBF, Federação Paulista e detentores de direitos de transmissão entrou em ação. Em uma reunião com autoridades realizada na manhã de ontem, a FPF voltou a falar sobre seus protocolos e defendeu a continuidade das competições. Em entrevista coletiva realizada no início da tarde, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, Paulo Menezes, disse que a recomendação do Ministério Público entraria em um estudo de novas medidas que poderiam ser tomadas. Hoje, o governo de João Doria (PSDB) anunciou as novas restrições.
gora, a dúvida ficará sobre as competições nacionais. O Governo Federal não estuda uma paralisação geral do futebol, e a CBF planeja endurecer e atualizar algumas das regras de prevenção contra covid-19 para as partidas em que realiza. Além disso, a entidade que comanda o futebol nacional já manifestou que não pretende interromper a realização de seus campeonatos.
O estado de São Paulo já apresenta 53 cidades com 100% de ocupação dos seus leitos de UTI, em uma demonstração prática da escalada da pandemia da covid-19. Com o aumento crescente no número de novos internados, o estado tem 87,6% de ocupação dos leitos de terapia intensiva dedicados à doença, enquanto na Grande São Paulo essa taxa é de 86,7%.
Os índices são os mais altos já apresentados pelo estado durante a pandemia e foram mostrados hoje pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. De acordo com o governo paulista, há três dias, na segunda-feira (8), apenas 32 municípios já apresentavam colapso em unidades de saúde.
São Paulo soma 62.570 mortes causadas pela covid-19. O estado já totalizou 2.149.561 casos da doença desde o início da pandemia.