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Experiências de humanização em presídios são apresentadas em seminário no MP

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“O ser humano não nasce violento. Ele se torna a partir dos efeitos causados pela própria sociedade. Precisamos tratar a causa do problema e romper os ciclos de violência dentro e fora das prisões”. Esta afirmação foi dada na tarde desta quinta-feira (10) pelo advogado argentino e coordenador do projeto ‘Prison Smart’ na América Latina, Ismael Maestrini, que apresentou as experiências do projeto que tem contribuído para humanizar o sistema penitenciário. A explanação foi realizada durante o seminário ‘Prison Smart: Transformação das pessoas atingidas pelo crime’ realizado na sede do Ministério Público estadual, no CAB, para operadores do direito do Sistema de Justiça.

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O projeto apresenta técnicas de respiração que reduz os traumas vividos pelos presos fora e dentro do cárcere. Reconhecida internacionalmente, a experiência já acontece aqui no Brasil nas cidades do Rio de Janeiro, Recife, Maceió e Salvador. Segundo Maestrini, o objetivo é fornecer ferramentas eficazes de controle das emoções e do seu potencial como indivíduo de forma positiva, contribuindo para a sociedade como um todo.  Aqui na Bahia, o projeto, conduzido por voluntários da organização Arte de Viver, está sendo desenvolvido no Conjunto Penal Feminino de Salvador. Para Maria do Carmo, presa há três anos e dois meses, depois dos exercícios, os resultados já começaram a aparecer. “Antes de conhecer as técnicas de respiração, eu sofria muito pela saudade de meus filhos. Vivia depressiva e chorando muito. Hoje, depois das técnicas de respiração, melhorou tudo em minha vida. Consigo dormir e acordar bem, tenho mais tranquilidade e muita disposição para trabalhar”, declarou ela em vídeo apresentado durante o seminário.

Organizado pelo Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim) e pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), o seminário tem o objetivo de divulgar a importância de programas de ressocialização no sistema penitenciário. Para o promotor de Justiça Pedro Maia, coordenador do Caocrim, “o sistema prisional brasileiro é um ambiente triste, hostil, degradado, onde existem códigos de conduta bem distintos do que praticamos em sociedade. De tudo que pode se dizer daqueles que estão no cárcere é que eles sairão. E como essas pessoas sairão? Essa é uma pergunta que os operadores do direito e a sociedade têm que fazer”. *informações via Cecom/MP.