Depois de mais um capítulo da crise que afunda o Hospital Espanhol, a direção da entidade se manifestou a respeito do papel que teve durante o projeto de reestruturação da unidade. Nesta quarta-feira (10) está agendada uma reunião no Ministério Público da Bahia (MP-BA) para tentar uma solução em curto prazo para o funcionamento do Espanhol. A nota de esclarecimento, subscrita pelo presidente da Real Sociedade Espanhola de Beneficência, Demétrio Moreira Garcia, se posiciona sobre os acontecimentos que culminaram com a suspensão dos atendimentos ocorrida nesta terça-feira (9). Um dos problemas para conseguir o total do empréstimo salvador com a Caixa Econômica Federal (CEF) seria problemas de gestão da Fundação José Silveira, indicada pela Secretaria de Saúde do Estado, Sesab.
“O Hospital Espanhol vem a público esclarecer que apresentou projeto de reestruturação financeira à CEF [Caixa Econômica Federal] em novembro de 2012, tendo sido aprovado com algumas condições em maio de 2013 […] Em 24/05/2013, foi liberada a primeira parcela do Projeto de Reestruturação no valor de R$ 32,6 milhões, com a finalidade de liquidar operações financeiras junto ao BNB; ITAU; CEF; salários atrasados (três meses), honorários médicos atrasados (1/3) e 1/10 das dividas com fornecedores. Foi estipulado nesse momento que a terceira, e última parcela, deveria ser contratada no prazo máximo de 120 dias para a liberação de R$ 25 milhões.
Em 24/08/13, foi contratada a segunda parcela da operação junto à Desenbahia, cuja aplicação do recurso, no valor total de R$ 53 milhões, deu-se conforme previsto em projeto […] Tal parcela teve como destinação a liquidação de empréstimos pretéritos junto ao Bic Banco (R$ 8,01 milhões); ITAU (R$ 1,8 milhões); médicos (saldo final de R$ 6,4 milhões); tributos (R$ 2,7 milhões); folha de pagamento (R$ 12,2 milhões) e o saldo restante como capital de giro. Por fim, cabe ressaltar que, apesar de Hospital Espanhol ter atendido a todas as condicionantes, os então gestores [Fundação José Silveira] não atenderam às premissas pactuadas com a CEF, especialmente as referentes à redução de despesas e ao incremento do faturamento, fazendo com que a contratação da terceira e última parcela, essencial para a sobrevivência do Hospital, não se efetivasse até a presente data. ( Bahia Notícias).