O clima esquentou na política Itiruçuense. Depois do PT perder o nome que havia anunciado como pré-candidato, em decisão do próprio nome apresentado, segundo afirma o advogado Alender Correia, que destacou ter sido uma decisão pensada no contexto dos que o seguem na cidade e para manter a base de oposicionista ao governo Lorenna, do PSD.
Um dos primeiros a declarar uma pré-candidatura pelo PSB foi o advogado Ailton Cezarino, que já articula forças políticas visando o fortalecimento do projeto político. Cezarino, citado em diversas declarações, contou através de um artigo o assunto, relatando ter mantido conversas com Alender poucas vezes, mas no pensamento de construir uma unidade na oposição figurando o nome melhor avaliado.
Confira abaixo a nota:
Ontem foi um dos dias mais movimentados e debatidos na área política em Itiruçu neste ano. O fato novo, muito embora, já anunciado há tempos nos meios políticos e nas redes sociais, da saída do PT pelo filiado Alender Correia e a entrevista da Presidenta do Partido, Marília Fontoura Solla, sacudiu a cidade, pelo menos no campo político.
Como advogado, venho a traduzir na linguagem jurídica como “fato superveniente”, o qual “é capaz de influir no julgamento de mérito”, com relação ao processo eleitoral deste ano.
Em 11/01/2020, quando tive a honra de receber Dr. Alender em minha casa, como recebo muitas outras lideranças e amigos, último dia que tivemos juntos para debater sobre política e de lá para cá não mais nos encontramos com este fim e nem autorizei ninguém que pudesse falar em meu nome, ficou claro que ambos tem a intenção de participar nas eleições de 2020 e criaríamos condições viáveis que permitissem que cada um viabilizasse seus nomes nos seus respectivos partidos e perante o eleitorado e mais na frente, poderíamos nos unir, vez que, é consenso de todos, que apenas unida, a via oposicionista detém condições plausíveis de chegar ao comando da Prefeitura.
Nesta conversa pessoal, como via Whatsapp, seja no pessoal e como pública nas redes, externei e não apenas a minha pessoa fez, mas muitos também fizeram, que as posições divulgadas pela Pres. do PT local, que respeito, de excluir determinadas lideranças e partidos em uma possível composição, colocava em risco esta provável e necessária união. O PT, partido que muito reverencio e tenho fortes ligações políticas, seja no estado como a nível federal, reconheço que é uma força política inegável e em Itiruçu, também mantenho ligações pessoais e partidárias com vários de seus integrantes, dentre as quais sua atual Presidenta, que muito a respeito e admiro sua trajetória pessoal, profissional e política, além de mantermos relacionamento desde crianças, pois pertencemos a uma mesma geração e já militamos juntos a nível municipal como em 1992/1996/2008, sem falar em campanhas estadual e federal por inúmeras vezes.
Certamente, esta análise e posições externadas por terceiros, como ele mesmo colocou no áudio divulgado e outras que desconheço, devem ter levado Dr. Alender a tomar esta postura de sair das hostes petistas e procurar abrigar-se partidariamente em outra sigla. Deve ter chegado a conclusão de que o caminho mais próximo a colocar em prática seus projetos políticos e administrativos, se tornam mais viáveis se em comum com aqueles que se identificam com suas propostas e possuem identidade partidária, sem prévia exclusão, principalmente por questões pessoais. Também não li, não vi nem ouvir de Dr. Alender assumindo, até agora, que seria candidato por partido “A” ou “B”.
Desejo sucesso para Dr Alender neste novo caminho e que possamos permanecer aliados politicamente, independente de composição de chapa a ser apresentada pela oposição. Quanto ao PT, também anseio que prossiga nesta linha democrática e defensora dos direitos sociais, que tanto bem protagoniza no país.
Outro ponto que desejo tratar nesta modesta OPINIÃO, é que na emocionada, sincera (característica que elogio em Marília) e consistente entrevista concedida pela Presidenta do PT ontem na Itiruçu FM, ela cita meu nome, também me tecendo elogios pessoais, os quais agradeço e são recíprocos, todavia, faz referência a uma possível “traição” sofrida em 1996, atribuindo a minha pessoa ser “conivente” com tal ato. De início repudio e não compactuo com práticas assim intituladas. Procuro ser e sou ético, leal e sincero nas minhas posturas pessoais, profissionais e políticas, ao longo de minha vida. No episódio que ela cita, muito embora tivesse uma protagonismo efetivo nas eleições daquele ano, jamais sentei com a mesma nem com o PT naquele ano para fazer qualquer acordo político. Da mesma maneira não fui “conivente” nem apoiei. Grandes companheiros e amigos estão entre nós e podem confirmar o que digo, pois não integrei reunião nem assinei documento visando acordo naquela eleição com o PT, muito embora sou testemunho e reconheço que o Partido e algumas de suas lideranças foram por demais importantes na vitória que obtivemos.
Quero externar mais uma vez, que os olhos que estão olhando para a tela deste computador, nunca viram o referido documento, pois para minha pessoa ele nunca foi apresentado. Recordo-me que depois da eleição de 1996, o então prefeito eleito, companheiro, primo e amigo Wagner Novaes e eu fomos chamados para uma reunião no Gabinete do então Deputado Estadual Marcelo Nilo para tratar deste assunto, vez que lideranças petistas do Estado, cujo convívio político entre ambos eram e permanecem vivas, solicitaram ao nosso Parlamentar que intervisse com o fim de “fazer valer o acordo” com o candidato.
O Deputado Marcelo propôs a Wagner que “se foi feito, que cumprisse”, e se o PT e seus membros “não agissem com as diretrizes da Gestão, os excluíssem da administração, pois ela é comandada pelo Gestor”, em cujos opinativos acompanhei e defendi, mas Wagner insistiu que não fizera o acordo, levando assim o deputado a confiar nele, vez que além da afirmação, não vira também o citado documento.
Desta forma, repito que não fiz parte e não posso ser confundido como “conivente” a fato por ela atribuído como “traição”.
Por fim, lembro de que a única vez que sentei com a grande militante do PT para tratar de compromissos eleitorais, foi em 1992, quando a minha pessoa sugeriu aos companheiros da época, o nome dela como candidata a vice na chapa encabeçada pelo saudoso e meu eterno guro RUBENS AMARAL. Pois, esta foi a única oportunidade que fizemos um acordo político e foi cumprido de ambas as partes.
Desculpem este longo opinativo, mas acho relevante para o momento, para o passado e futuro, pois respeito a história e as pessoas, mesmo que discorde de algumas. Abraços a todos. Ailton Cezarino. 11/02/2020.