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Educação no Campo é tema de encontro formativo das Escolas Famílias Agrícolas e Casas Familiares Agrícolas

Professores, monitores, gestores e representantes das instituições que ofertam Educação do Campo no Estado estão reunidos no Encontro Formativo das Escolas de Famílias Agrícolas (EFAS) e das Casas Familiares Rurais (CFR). O evento, que teve início na segunda-feira (27) e prossegue até terça (28), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, sob o tema “A Educação do Campo e as experiências das Escolas e Casas Familiares Agrícolas do Estado”, tem como objetivo fortalecer a parceria entre a Secretaria da Educação do Estado e as instituições que são referências na oferta da Educação do Campo no Estado e que formam de modo integral mais de três mil jovens, filhos de agricultores familiares.

Durante o encontro, os participantes vão se debruçar em cima de assuntos como Base Nacional Comum Curricular (BNCC), currículo do Estado, pedagogia da alternância e questões ligadas à organização administrativa e ao trabalho pedagógico, com vistas a fortalecer a parceria entre a Secretaria da Educação e os sujeitos sociais que constroem a Educação do Campo. Representando o secretário da Educação, Walter Pinheiro, o sub-secretário da Educação, Nildon Pitombo, falou sobre o significado das Escolas Famílias Agrícolas. “Estas representam uma concretude da Educação no Campo sistematizada, tendo em vista os territórios e as gestões dessas unidades nos territórios onde se localizam. Este espaço de formação é uma extensão do que a Educação no Campo vem fazendo e que esta seja realizada, cada vez mais, da melhor maneira”.

O secretário executivo da Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia (AECOFABA), Joaquim Nogueira, destacou a importância da realização do segundo encontro formativo. “Desde 2010 as nossas 18 escolas, que acolhem 2.200 estudantes, recebem ajuda do governo estadual por meio de convênios e, a partir de 2012, passamos a ter direito também a recursos do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que servem para pagamento dos professores, alimentação dos alunos e para o deslocamento dos monitores que trabalham com as famílias extra-classe. Nossos custos são altos por conta do sistema de alternância e internato. Considero muito importante este evento para discutirmos sobre prestação de conta e a Base Nacional Curricular”.

O diretor da Rede das Escolas de Famílias Agrícolas Integradas do Semi-árido (REFAISA), Tiago da Costa, falou sobre o trabalho da entidade, que reúne 12 escolas, atendendo a cerca de 1.200 alunos, e da importância de encontros formativos para auxiliar na Educação do Campo na Bahia. “Há três décadas as Escolas Familiares Agrícolas, que têm uma concepção de ensino comunitária, vêm ofertando a educação escolar para os adolescentes e jovens do campo a partir das modalidades de ensino Fundamental II e Ensino Médio Profissional,  a partir da lei das Escolas Famílias Agrícolas e Casas Familiares Rurais, através de suas associações, passaram a ter uma parceria com a Secretaria da Educação do Estado mais efetiva,  a partir de um política pública de Educação que garante o apoio financeiro para a manutenção desses

estabelecimentos de ensino, que inclui contratação de pessoal, aquisição de alimentação e material pedagógico. Mas ainda temos muitos desafios dentro da pedagogia diferenciada das EFAS, que é a da alternância,  e dos processos formativos, que acontecem tanto na escola como na comunidade. Este encontro, portanto, é de suma importância para nos aproximarmos com o sistema estadual de Educação, considerando nossas peculiaridades e diversidade”.

Educação no Campo – Atualmente, são 103 escolas de Educação no Campo e cerca de 600 anexos, situados na zona rural do Estado, que atendem a 31.234 estudantes. Traduzida como uma concepção político-pedagógica voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social, na relação com a terra e o meio ambiente, a Educação no Campo tem como objetivo oferecer uma educação escolar especifica associada à produção da vida, ao conhecimento e à cultura do campo, desenvolvendo ações coletivas com a comunidade escolar em uma perspectiva de qualificar o processo de ensino e aprendizagem.