Itiruçu Online – Aqui Bahia Jornalismo de Qualidade e Responsabilidade Social

É #FAKE que vídeo mostre Flávio Dino como ministro defendendo uso da cloroquina em 2023

Circula nas redes sociais como se fosse atual um vídeo que mostra o atual ministro da Justiça e da Segurança Pública Flavio Dino defendendo o uso da cloroquina. É #FAKE.

A mensagem mostra um vídeo publicado em 18 de maio de 2020 em que o então governador do Maranhão Flavio Dino fala sobre a possibilidade do uso de cloroquina. Dino é questionado sobre o uso da cloroquina que, naquele momento, passava a ser indicada e distribuída no Maranhão. O jornalista pede para ele fazer uma avaliação sobre a polêmica nacional em torno da prescrição do medicamento. Ele diz: “Polêmica totalmente desnecessária porque desde o mês de março eu afirmo e reitero que a cloroquina pode ser receitada pelos médicos. Nós sempre oferecemos aos médicos a oportunidade de receitar cloroquina, azitromicina, ivermectina.”

Uma legenda omite que o vídeo é de 2020, sugere que a entrevista é atual e diz: “Ueee, agora já pode usar remédios preventivos contra a COVID? É muita canalhice dessa raça ruim desgraçada do faz o L!!! Depois de deixarem morrer milhões pelo não uso – só pq foi na era Bolsonaro – agora o tratamento preventivo com cloroquina tá liberado!!! Fdp!!!”

Em 20 de maio de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertava que a cloroquina pode causar efeitos colaterais e não tem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19.

Procurada, a assessoria do ministro Flávio Dino esclarece que na sequência da entrevista (não mostrada no corte disseminado em 2023), o então governador Flávio Dino afirma que cabe à autoridade médica decidir qual remédio ofertar ao paciente.

A assessoria destaca uma declaração presente no vídeo original, aos 05:06.

“Se o médico achar necessário administrar o medicamento, ele será administrado. Se o médico não considerar cabível, ou que há riscos para os pacientes, é claro que não serei eu nem nenhuma autoridade externa que vai influenciar no conteúdo do trabalho do médico.”

A assessoria de Dino lembra ainda que, no período em que a entrevista foi concedida, a comunidade científica ainda buscava um tratamento contra o coronavírus, e estudos sobre a eficácia da hidroxicloroquina eram conduzidos pela OMS.

“Tão logo a OMS tornou público os resultados ineficazes da hidroxicloroquina, ainda em maio de 2020, a oferta da droga, que sempre foi utilizada de acordo com a decisão médica na rede hospitalar do Maranhão, foi descontinuada”, diz.