O vice-presidente Hamilton Mourão classificou de “péssimos” e “horrorosos” os números do desmatamento na Amazônia divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana passada. “Péssimos, horrorosos. Estamos vendo onde estamos errando”, afirmou Mourão, que era o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal –que foi extinto no final do ano passado–, em entrevista a repórteres.
Os dados do Inpe de abril mostraram que o desmatamento na floresta amazônica nos primeiros quatro meses deste ano chegou a 1.954 quilômetros quadrados, um aumento de 69% em relação ao mesmo período de 2021. O índice de abril foi recorde, quase dobrando a área de floresta removida em relação ao mesmo mês no ano passado. Questionado sobre o porquê de mais uma alta, depois de alguns meses de melhora em 2021, Mourão disse que pode haver alguma relação com o ano eleitoral.
“Não sei, pessoas querendo se aproveitar de um momento, né? Nós estamos num processo eleitoral. Então, vamos dizer, assim, há uma vigilância menor na tese deles. É muita gente operando na ilegalidade”, afirmou. A posição do vice-presidente contrasta com o presidente Jair Bolsonaro, que na manhã desta segunda-feira divulgou em suas redes sociais um vídeo, com narração em inglês, negando que haja desmatamento na Amazônia e defendendo sua tradicional posição de que nenhum país preserva o meio ambiente como o Brasil.
“A verdade da preservação ambiental comparando o Brasil ao mundo. São fatos. Peço enviar a amigos que morem no exterior”, escreveu o presidente em sua conta no Facebook.