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Com 537 km de extensão, Bamin começa obras da Fiol, que vai ligar de Caetité até Ilhéus

A Bamin, empresa que está construindo um novo corredor de integração e exportação para a Bahia e para o Brasil, subsidiária do Grupo ERG, realizou um evento para marcar o início das obras no Lote 1F da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL 1), na Bahia. A cerimônia foi realizada em Ilhéus, região sul do estado, com executivos nacionais e globais da companhia, autoridades e lideranças políticas do Governo Federal e do Governo da Bahia, além de representantes dos municípios na área de influência da ferrovia.

Ligando as cidades baianas de Caetité e Ilhéus, a FIOL 1 terá um total de 537 quilômetros de extensão, passando por 19 municípios, com previsão de estar concluída e em operação a partir do ano de 2027. O Lote 1F, por onde começam as obras, possui 127 quilômetros de extensão, passando por Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. As obras no Lote 1F têm previsão de durar 36 meses.

Quando estiver em operação, a FIOL 1 irá entregar uma importante solução logística e de conexão Oeste-Leste na Bahia, sendo o elo fundamental dentro do projeto integrado conduzido pela Bamin no estado, do qual também fazem parte a Mina Pedra de Ferro, em operação na cidade de Caetité, e o terminal de águas profundas Porto Sul, em construção na costa de Ilhéus. A Bamin investe recursos na ordem de R$ 20 bilhões nos três projetos integrados no interior da Bahia.

“A BAMIN está comprometida com um futuro sustentável e integrado. Trabalhamos para tornar realidade, até 2027, a operação de um dos maiores projetos de infraestrutura do Brasil, com um grande corredor logístico de escoamento e exportação, que impulsiona o desenvolvimento socioeconômico, sobretudo, através dos setores da mineração e do agronegócio”, afirma Benedikt Sobotka, CEO da ERG.

A FIOL 1 terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas de carga por ano. A Bamin utilizará 40% desse potencial no transporte do minério produzido pela Mina Pedra de Ferro, disponibilizando o restante do volume potencial para o escoamento da produção de outras mineradoras, do agronegócio e demais segmentos industriais do estado.

“Há muitos projetos importantes aguardando a infraestrutura necessária para atender as demandas de mercado e ampliar o resultado das operações. Isso será possível porque estamos construindo, aqui na Bahia, as soluções logísticas mais eficientes e sustentáveis. Acima de tudo, iremos entregar um corredor de oportunidades para alavancar a economia dos municípios e a qualidade de vida das populações no interior da Bahia”, detalha Eduardo Ledsham, CEO da Bamin.

“Quando ferrovia e porto estiverem concluídos, em 2027, esse corredor irá representar um novo vetor de desenvolvimento econômico para diversos setores produtivos, com efeitos positivos para as comunidades. A Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional porque o projeto está comprometido com a criação de oportunidades para os produtores regionais e o incremento das cadeias produtivas que estão instaladas ao longo do percurso da FIOL 1”, analisa Sérgio Leite, CEO de Ferrovia da Bamin.

Investimento e geração de postos de trabalho

As obras do LOTE 1F receberão o investimento de R$ 1,1 bilhão e serão executadas pelo Consórcio TCR-10, formado pela empresa brasileira Tiisa e pela chinesa CREC-10. O consórcio será responsável pela realização do serviço de construção e obras, infraestrutura e superestrutura ferroviárias, sob o prazo de 36 meses. Neste período, a previsão é de que sejam gerados cerca de 1.200 postos de trabalho, com contratações graduais, à medida em que as obras avancem nos municípios que compõem o Lote 1F. A ordem de serviço para o início das obras do Lote 1F foi assinada também no mês de abril.

A CREC-10 é uma das maiores construtoras de ferrovias do mundo, e já atua em obras de projetos robustos no Brasil. A Tiisa é uma empresa brasileira do ramo da construção civil, que atua no setor da infraestrutura, focada nos segmentos de transporte metroferroviário, saneamento básico e aeroportos.

O contrato para a construção dos 537 quilômetros de extensão da FIOL I, foi assinado em setembro de 2021 com o Ministério da Infraestrutura, do Governo Federal. A subconcessão da Bamin tem a duração de 35 anos, sendo cinco para construção e 30 anos para operação. A Fiol foi planejada, nacionalmente, em três etapas. A Bamin arrematou o trecho entre Caetité e Ilhéus.

A antiga Valec, agora INFRA S.A., executou cerca de 70% da obra da FIOL 1, ficando sob a responsabilidade da BAMIN a conclusão dos 30% restantes. Os trechos 2 e 3 da FIOL estão sob administração do Governo Federal.

Pedra de Ferro

A implantação do corredor logístico que interliga Caetité (Mina) a Ilhéus (Porto) permitirá que a BAMIN amplie a sua produção de 1 milhão de toneladas de minério de ferro atuais para 26 milhões de toneladas a partir de 2027, na Mina Pedra de Ferro. Este resultado deverá consolidar o estado da Bahia como terceiro maior produtor de minério de ferro do Brasil.

O minério produzido pela Pedra de Ferro é considerado um produto de alta qualidade, avaliado em 2002 com o teor de ferro entre 65,5% e 66%, o que o classifica na categoria premium, atendendo ao compromisso da descarbonização em escala mundial. O minério premium, na siderurgia, exige o uso de uma quantidade menor de carvão, emitindo menos CO2 no processo.

Porto Sul

O Porto Sul, na costa de Ilhéus, é um terminal marítimo de águas profundas, que poderá receber navios com capacidade de até 250 mil toneladas. Com operação prevista para 2027, o empreendimento é projetado para movimentar até 42 milhões de toneladas anuais. A Bamin utilizará 60% da capacidade operacional do terminal marítimo, disponibilizando 40% para outras cargas, como do agronegócio e de outras mineradoras.