O ministro da Educação, Cid Gomes, reafirmou, nesta quarta-feira (18), seu entendimento de que alguns parlamentares se comportam como “achacadores” do governo. O ministro foi convocado para explicar as declarações, mas alegou o direito à livre manifestação e, de maneira irônica, se desculpou com os deputados que não se enquadram nessa situação.
— Eu não tenho nenhum problema em pedir perdão para aqueles que não agem dessa forma, para aqueles que não se comportam desse jeito. Não foi minha intenção agredir ninguém individualmente. […] Me perdoe se isso fere alguém, me perdoem quem traz para si essa carapuça, se alguém se enxerga nessa posição.
A crise entre a Câmara dos Deputados e o ministro da Educação, começou depois que veio à tona a informação de que Cid Gomes afirmou que há “400, 300 deputados achacadores” no parlamento, que gostam de ver o governo frágil, para tirar mais proveito. As afirmações foram feitas no final do mês de fevereiro, em Belém (PA), durante visita à Universidade Federal do Pará.
No início de março, os deputados aprovaram a convocação do ministro, exigindo explicação e um pedido formal de desculpas. Mas, o ministro subiu na tribuna do plenário para reafirmar que há deputados na Câmara que se comportam de maneira incoerente.
As novas críticas foram direcionadas especialmente para parlamentares da base aliada ao governo. Sem citar partidos, o ministro mandou um recado para o PMDB, principal partido da base.
— Tenho, sempre tive, profundo respeito pelo Legislativo, pelo Parlamento. Isso não quer dizer que a postura de alguns, de vários, de muitos, que mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo, não tenham a postura aqui de oportunismo. Eu não quero aqui me referir a partidos de oposição, que tem o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação, ou então larguem o osso, saiam do governo, vão para oposição, isso será mais claro para o povo brasileiro.
O ministro pediu demissão à presidente Dilma Rousseff. A informação foi confirmada oficialmente pela Casa Civil. A saída dele ocorreu após uma fala do ministro na Câmara ter gerado revolta entre parlamentares na base aliada.
Convocado pelo Legislativo para explicar uma declaração dada por ele no início do mês na Universidade Federal do Pará, Cid Gomes disse na tribuna do plenário da Câmara nesta quarta-feira que “partidos de oposição têm o dever de fazer oposição”. “Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo”, disse.
Em seguida, o ministro atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Prefiro ser acusado por ele [Cunha] de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque“, disse Cid, apontando para a Mesa Diretora, onde estava o presidente da Casa. Fonte Uol.