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Cantor é acusado de matar analista do MPF a pedido do namorado da vítima

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Foto: Mauro Akin Nassor / CORREIO

O analista técnico do Ministério Público Federal (MPF) na Bahia, Wallace Sousa Duarte, 40 anos, foi morto asfixiado, a mando do namorado Gabriel de Araújo Rodrigues, 20, e teve parte do corpo incendiado. Segundo a polícia, o crime foi cometido pelo cantor da banda Vamo Nessa, Israel Melo de Souza, 20, no dia 22 de junho, mas a polícia só elucidou o caso agora. O suposto autor do homicídio foi preso na última quarta-feira.

De acordo com a diretora adjunta do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Cleuba Regina Teles, Wallace e Gabriel mantinham um relacionamento há dois anos e o crime foi motivado por dinheiro. Ainda conforme a delegada, a morte teve motivação fútil. “Foi dinheiro mesmo. Ambos assumiram o crime, mas Gabriel foi ouvido e liberado. A prisão preventiva dos dois já foi solicitada”, informou ela.

Nenhum dos suspeitos têm passagens pela polícia. A delegada informou que Israel executou e torturou a vítima com murros, pontapés, além de ter causado a morte da vítima por asfixia mecânica. No dia do crime, Wallace teria saído de casa, no bairro da Vila Laura, depois de receber uma ligação. Ele disse à tia, que morava com ele, que voltaria, mas desapareceu. A família chegou a registrar o desaparecimento na delegacia, no dia 29 de junho.

No entanto, o corpo já tinha dado entrada no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), no dia 23 de junho, como indigente. O corpo foi encontrado em chamas pela Polícia Militar, na Rua Paquistão, na região da Brasilgás. Já o carro de Wallace, um Siena cinza, só foi encontrado no dia 20 de julho, na região do Parque São Bartolomeu, em Pirajá. Só então a família soube que Wallace estava morto.

O corpo foi identificado um dia depois do carro ser localizado, quando o pai da vítima, o aposentado Antônio Bonfim Duarte, 70, foi ao IML e realizou exame das digitais.

“Meu filho era um rapaz de bem. Eu quero olhar nos olhos dele”, disse o aposentado, que não sabia que o filho era gay. Wallace era filho dele do primeiro casamento.

O cartão de crédito da vítima foi utilizado pelos suspeitos até o dia 5 de outubro, de acordo com o pai. A informação foi confirmada pela delegada. “Eu não sei qual a motivação. Meu filho não tinha inimigos. Eu não quero falar nada, só quero olhar para ele e desejar que ele pense sobre tudo isso na cela em que ficar para o resto da vida”, disse o pai.

Para a madrasta da vítima, a aposentada Mirane Angélica Borges, 65, só a maldade explica uma morte como essa. “Maldade, muita maldade. Meu filho era um homem bom, trabalhador. Lutou pra conseguir chegar onde chegou. Se formou, passou no concurso que quis e acabou morto brutalmente”, declarou ela.

Enquanto os pais lamentavam a perda e choravam durante todo o tempo da apresentação de Israel, que ocorreu no final da manhã desta segunda-feira (12), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito ficou calado o tempo inteiro. Representantes do MPF também estiveram na apresentação, mas não quiseram falar.

Israel foi preso em Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano. Já Gabriel, foi preso em Pirajá, mas liberado, porque tem residência fixa e não foi o autor do crime. A delegada informou que foi solicitada à Justiça a prisão preventiva dos dois.

*Informações do Correio24horas.